São Paulo, quinta-feira, 03 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Em busca de paz, Fla vê confusão por ingressos

Venda dos últimos bilhetes para jogo contra o Grêmio é marcada por tumulto

Equipe viaja e se concentra no CT da seleção brasileira, em Teresópolis, onde cerca de cem torcedores assistem ao treino do alambrado

ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS

Torcedores e polícia brigaram na venda dos últimos 5.000 ingressos para o jogo decisivo entre Flamengo e Grêmio. Enquanto isso, o time carioca viajou cerca de 100 km em busca de tranquilidade, mas encontrou mais torcida.
Cerca de 15 mil flamenguistas se aglomeraram nas bilheterias do Maracanã para buscar os últimos 5.000 ingressos, não utilizados pelo clube gaúcho.
Desde horas antes do momento de início da venda de ingressos, marcada para as 7h, policiais tiveram que usar bombas para dispersar grupos que insistiam em não respeitar lugares e provocavam outros grupos -houve confrontos entre torcidas organizadas rivais.
Havia cem policiais para isolar o local. Policiais do Batalhão de Choque da PM distribuíram golpes de cassetetes para impedir que centenas de torcedores derrubassem as grades de proteção, que deveriam ordenar os integrantes da fila. Houve corre-corre e confusão. Os policiais usaram também gás de pimenta para acabar com os tumultos, que seguiram após a venda de ingressos, às 8h30.
Ninguém foi preso, mas vários torcedores ficaram feridos por tiros de balas de borracha e golpes. Uma mulher passou mal na fila e foi socorrida por policiais. Carros estacionados na rua Professor Eurico Rabelo foram atacados por vândalos e vários sofreram arrombamento. E havia temor de assaltos.
Na pacata Teresópolis, a torcida foi ao treino. Os dirigentes decidiram trocar o CT Ninho do Urubu, bairro distante da zona oeste da capital aonde nenhum torcedor se arrisca a ir, pela Granja Comary.
Durante o treino, havia cerca de cem torcedores gritando os nomes de Adriano, Petkovic e Léo Moura. O treinador Andrade e alguns jogadores foram falar com o público. Um menino chegou a pular a grade do CT, mas voltou ao ver guardas.
"O torcedor é legal. Para o treinamento, é melhor você estar reservado, num lugar tranquilo. Mas também é legal sentir o calor do torcedor, ouvi-los gritar o nosso nome", declarou o atacante Zé Roberto.
Andrade afirmou que a equipe rubro-negro não buscava distância do torcedor, mas calma. "A tranquilidade é o descanso, a alimentação. Aqui mantemos o grupo reunido, todo mundo tem hora de dormir, levantar e se alimentar."
Os jogadores estão concentrados no CT da seleção, onde dormem e comem controlados, o que não ocorre no Rio.
Para Zé Roberto, ver a torcida passar dias numa fila e ouvi-la gritar no alambrado do CT mostra que "vai ser decepcionante se não conquistarmos o título". "Não podemos falhar. Temos que ser perfeitos."


Texto Anterior: Empresas querem a suspensão de licitação
Próximo Texto: Adriano volta a treinar após queimadura
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.