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Em busca de paz, Fla vê confusão por ingressos
Venda dos últimos bilhetes para jogo contra o Grêmio é marcada por tumulto
Equipe viaja e se concentra no CT da seleção brasileira, em Teresópolis, onde cerca de cem torcedores assistem ao treino do alambrado
ITALO NOGUEIRA
ENVIADO ESPECIAL A TERESÓPOLIS
Torcedores e polícia brigaram na venda dos últimos
5.000 ingressos para o jogo decisivo entre Flamengo e Grêmio. Enquanto isso, o time carioca viajou cerca de 100 km em busca de tranquilidade, mas encontrou mais torcida.
Cerca de 15 mil flamenguistas se aglomeraram nas bilheterias do Maracanã para buscar
os últimos 5.000 ingressos, não
utilizados pelo clube gaúcho.
Desde horas antes do momento de início da venda de ingressos, marcada para as 7h,
policiais tiveram que usar bombas para dispersar grupos que
insistiam em não respeitar lugares e provocavam outros grupos -houve confrontos entre
torcidas organizadas rivais.
Havia cem policiais para isolar o local. Policiais do Batalhão
de Choque da PM distribuíram
golpes de cassetetes para impedir que centenas de torcedores
derrubassem as grades de proteção, que deveriam ordenar os
integrantes da fila. Houve corre-corre e confusão. Os policiais usaram também gás de pimenta para acabar com os tumultos, que seguiram após a
venda de ingressos, às 8h30.
Ninguém foi preso, mas vários torcedores ficaram feridos
por tiros de balas de borracha e
golpes. Uma mulher passou
mal na fila e foi socorrida por
policiais. Carros estacionados
na rua Professor Eurico Rabelo
foram atacados por vândalos e
vários sofreram arrombamento. E havia temor de assaltos.
Na pacata Teresópolis, a torcida foi ao treino. Os dirigentes
decidiram trocar o CT Ninho
do Urubu, bairro distante da
zona oeste da capital aonde nenhum torcedor se arrisca a ir,
pela Granja Comary.
Durante o treino, havia cerca
de cem torcedores gritando os
nomes de Adriano, Petkovic e
Léo Moura. O treinador Andrade e alguns jogadores foram falar com o público. Um menino
chegou a pular a grade do CT,
mas voltou ao ver guardas.
"O torcedor é legal. Para o
treinamento, é melhor você estar reservado, num lugar tranquilo. Mas também é legal sentir o calor do torcedor, ouvi-los
gritar o nosso nome", declarou
o atacante Zé Roberto.
Andrade afirmou que a equipe rubro-negro não buscava
distância do torcedor, mas calma. "A tranquilidade é o descanso, a alimentação. Aqui
mantemos o grupo reunido, todo mundo tem hora de dormir,
levantar e se alimentar."
Os jogadores estão concentrados no CT da seleção, onde
dormem e comem controlados,
o que não ocorre no Rio.
Para Zé Roberto, ver a torcida passar dias numa fila e ouvi-la gritar no alambrado do CT
mostra que "vai ser decepcionante se não conquistarmos o
título". "Não podemos falhar.
Temos que ser perfeitos."
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