São Paulo, sexta-feira, 03 de dezembro de 2010

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A era dos extremos

Rússia e Qatar, distintos em clima e costumes, confirmam tendência da busca de novas fronteiras para megaeventos

DO ENVIADO A ZURIQUE
DE SÃO PAULO


Joseph Blatter, presidente da Fifa, disse que a Copa irá para "terras novas" com a escolha de Rússia e Qatar como palcos de 2018 e 2022.
Mas o fato de não serem centros do futebol mundial é uma das poucas coisas em comum entre os dois países.
A Rússia terá de lidar com a grande distância entre parte de suas 13 cidades-sedes. Cerca de 2.900 km separam Iekaterinburgo, a mais oriental das sedes, de Kaliningrado, a cidade mais a oeste.
Distâncias não serão problema no Qatar. A Copa será feita em um raio de 60 km.
Preocupação, no palco de 2022, é com o calor, que ultrapassa os 40C na época do Mundial. O Qatar já prometeu um sistema de ar-condicionado nas arenas. Enquanto isso, na Rússia, as temperaturas raramente passam de amenas, mesmo no verão.
Aspectos culturais também distanciam os dois países. Se a Rússia luta contra o consumo excessivo de álcool de sua população, a organização do Qatar deverá rever leis como a proibição do consumo de bebidas alcoólicas -a Fifa exige a liberação por conta de seus patrocinadores- e as restrições ao comportamento das mulheres.
Segundo um dos membros da campanha do Qatar, as torcedoras poderão ver os jogos com homens e se vestir como quiserem, "dentro dos padrões de decência".
A escolha de Rússia e Qatar para sediar as Copas confirma tendência de os grandes eventos esportivos migrarem para novos locais, longe dos países mais ricos.
Foi assim com as Olimpíadas da China, em 2008, e do Rio, em 2016, além das Copas da África do Sul, em 2010, e do Brasil, em 2014.
(RODRIGO MATTOS E CAROLINA ARAÚJO)


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