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FUTEBOL
Confiante da vitória, presidente da Federação Paulista será o primeiro a desafiar a gestão de Ricardo Teixeira
Farah lança sua candidatura à CBF
MARCELO DAMATO
da Reportagem Local
O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, teve sua candidatura à presidência da CBF lançada ontem.
O anúncio foi feito pelo vice-presidente da FPF e presidente da
OAB-SP, Rubens Approbato Machado, durante almoço de confraternização da diretoria da federação, num restaurante de São Paulo.
A eleição da Confederação Brasileira de Futebol acontecerá no segundo semestre de 1999.
Farah, 64, será o primeiro dirigente esportivo a desafiar Ricardo
Teixeira, que está completando
dez anos no comando da CBF. Empossado em 1989, Teixeira foi reeleito duas vezes, em 1991 e em 1995,
sempre sem concorrentes.
Pouco antes do almoço de ontem, Farah voltara a negar aos jornalistas que tivesse tomado a decisão. Reafirmara que seria candidato apenas se Teixeira não cumprisse até janeiro as decisões do 2º Fórum do Futebol Brasileiro, realizado neste ano em São Paulo.
Mas a decisão do presidente da
CBF de aumentar a Copa do Brasil
para 50 clubes (só 32 têm direito a
vaga), conforme a Folha apurou
ontem, enterrou a possibilidade.
"O Fórum decidiu por unanimidade contra os convites para a Copa do Brasil", disse no restaurante.
Farah, porém, tenta evitar o confronto em público com Teixeira
-chegou a dizer ontem não acreditar que a manobra em torno da
Copa do Brasil tenha sido idealizada pelo presidente da CBF ("mas
dos "aspones', que estão com medo
de perder o emprego").
Ele admite recuar caso a CBF crie
um comitê executivo, a exemplo
da Fifa, para cuidar das atividades
que não envolvam as seleções.
O dirigente calcula que, se o comitê for criado, como aliás decidiu
o Fórum, o cargo de secretário-geral seria ocupado por ele mesmo
ou por alguém de sua confiança.
O objetivo final de Farah é controlar a administração do Campeonato Brasileiro e da Copa do
Brasil. Ele avalia que as federações
se sentem desamparadas pela CBF
-esta estaria preocupada "apenas" com a Nike e com a seleção.
Farah quer transferir para o Brasileiro o modelo que adotou no
Campeonato Paulista. Há dois
anos, os clubes recebem cotas mínimas por jogo, em troca da cessão
dos direitos de TV e de exploração
do campeonato à federação.
O sucesso dos clubes paulistas no
Brasileiro -neste ano, o 11º da administração Farah, o Estado de São
Paulo estará representado pela nona vez na final do Brasileiro- fez
aumentar o prestígio do dirigente
entre clubes dos outros Estados.
Farah afirma contar hoje com o
apoio de 18 dos 22 clubes que disputarão a Série A no ano que vem.
Nas federações estaduais, que
completam o colegiado que elege o
presidente da CBF, ele vem reunindo apoio aos poucos. O rumor, negado pelo dirigente, de que pode
transferir a CBF para São Paulo,
chegou a arranhar sua candidatura. Mas, na segunda-feira, ele contra-atacou, divulgando um pacote
de ajuda financeira aos Estados caso seja eleito -cada federação receberia uma ajuda dependendo do
número de clubes no Brasileiro. A
cota mínima seria de R$ 150 mil. A
CBF pagava R$ 4.000 mensais às
federações. Nesta semana, a cota
subiu para R$ 6.000.
Farah afirma já ter o apoio de
mais nove federações, além da
paulista. Assim, acredita, se a eleição fosse hoje, obteria 28 dos 49
votos.
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