São Paulo, quinta, 3 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

HIPISMO
Campeão mundial, Rodrigo Pessoa usa sua popularidade para fechar negócio e melhorar desempenho do país
Brasil busca seu 1º patrocínio por equipe

da Reportagem Local

A passagem do atual campeão mundial de hipismo, Rodrigo Pessoa, 26, por São Paulo, nesta semana, tem proporções maiores do que sua participação no concurso de saltos Visa Indoor'98, que acontece entre hoje e domingo, na Sociedade Hípica Paulista.
Em sua primeira vinda ao Brasil desde a conquista do título dos Jogos Equestres Mundiais, em outubro, na Itália, Rodrigo busca a negociação de um novo e grande patrocínio, mas não apenas para ele.
A idéia do cavaleiro e de seu pai, Nelson Pessoa, 62, é fechar, pela primeira vez na história do hipismo brasileiro, um contrato para a formação de uma equipe de ponta.
"Em 37 anos de Europa, sempre tive mais chances no individual, nunca com a equipe", afirmou Nelson Pessoa.
"Da Olimpíada (Atlanta-96) para cá, aparecemos como favoritos", completa o cavaleiro, que ajudou o Brasil a garantir uma vaga para a Olimpíada de Sydney-2000, com o quinto lugar por equipes nos Jogos Mundiais, em Roma.
A equipe idealizada por Nelson e Rodrigo Pessoa contaria com eles mesmos e também com o paulista Álvaro Affonso de Miranda Neto, 25. Os três ocupam, respectivamente, as 18ª, 5ª e 35ª colocações do ranking mundial.
"Vemos agora uma grande esperança no hipismo brasileiro. Não é possível continuarmos competindo só com patrocínio europeu", disse Nelson, sobre a negociação da nova parceria, com empresa e valores ainda não revelados.
O momento é bastante oportuno para um bom negócio, pelo fato de o Brasil ter, pela primeira vez e no mesmo ano, o campeão do Mundial e da Copa do Mundo.
Rodrigo Pessoa é considerado o cavaleiro do ano. Na semana passada, somou a seus dois fortes patrocínios, com uma marca de carros alemã e uma empresa têxtil italiana, um contrato com um tradicional fabricante de relógios.
"Se fecharmos um patrocínio para a equipe, os cavalos levarão o nome da empresa e usaremos suas cores também", conta o ginete, que manterá os outros contratos.
A cada evento promocional de um dia, Rodrigo ganha cerca de US$ 10 mil. Um bom cavaleiro, sem grandes títulos, tem em média contratos de US$ 100 mil a US$ 200 mil anuais. O brasileiro, com bronze olímpico -por equipe, em Atlanta-96- e título mundial, pode receber muito mais.
No mesmo nível, estão os cavalos que monta. Ao francês Baloubet, por exemplo, com quem Rodrigo defenderá o título da Copa do Mundo, em abril, foram oferecidos US$ 5 milhões. O proprietário do cavalo, um empresário português, rejeitou a venda. (FERNANDA PAPA)



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.