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campus
Copa da África oferece abrigo em universidades
Seleções usam faculdades e colégios de elite para treinar durante o Mundial
Boa estrutura faz com que times disputem com vigor o direito de ocupar as melhores sedes estudantis e provoca crise em quem perde espaço
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um país onde a infraestrutura para o futebol é precária, as universidades sul-africanas viraram o sonho de consumo para as seleções que vão
disputar a Copa de 2010.
Erguidas nos tempos do
apartheid, as gigantes universidades do país, além de colégios
frequentados pela elite local,
estão na mira das principais potências do futebol para servir
de base para os treinamentos.
A disputa mais ferrenha
aconteceu para obter o espaço
da Universidade de Pretória,
que tem nove campos, um ginásio moderno, estádio com capacidade para abrigar 3.500 pessoas e até um hotel de padrão
quatro estrelas. O local serve de
base de treinos para a poderosa
seleção sul-africana de rúgbi.
Argentina, Alemanha, Itália e
Inglaterra eram os mais interessados em usar suas instalações. Os argentinos acabaram
levando a melhor, o que gerou
até uma crise entre os ingleses.
Isso porque foi atribuída ao
italiano Fabio Capello, o técnico do time, a responsabilidade
pela perda da Universidade de
Pretória. Capello queria só usar
as instalações esportivas -e
deixar o time em um hotel cinco estrelas. Como a Argentina
considerou o hotel situado na
própria universidade suficiente, foi vencedora na disputa.
A situação ficou pior para Capello porque o local depois escolhido pela Inglaterra, em
Rustenburgo, apresenta um
gramado bastante precário.
Mas Pretória não é a única cidade que vai abrigar em uma
universidade uma seleção.
A Holanda treinará na Universidade de Witwatersrand,
em Johannesburgo, que em
seus três campi tem dezenas de
instalações esportivas.
A própria seleção brasileira,
que ainda não anunciou oficialmente onde vai ficar durante o
Mundial, tem a Universidade
de Witwatersrand como uma
das principais alternativas para
realizar seus treinamentos.
Fora da região de Johannesburgo e Pretória -as mais procuradas pelas seleções por causa da altitude-, outras universidades, como a de Stellenbosch, perto da Cidade do Cabo, a Nelson Mandela, em Porto Elizabeth, e a Free State, em
Bloemfontein (que já hospedou
a Espanha na Copa das Confederações do ano ano passado),
também devem abrigar seleções durante a Copa.
Além das universidades, colégios em que estudam os filhos
da elite sul-africana, especialmente a branca, também servirão de abrigo para times que
irão disputar a primeira Copa
no continente africano.
A Itália quer repetir a experiência da Copa das Confederações, quando montou sua base
de treinos no colégio Southdowns, na região de Centurion,
entre Johannesburgo e Pretória. A escola, que cobra quase
R$ 1.000 de mensalidade (muito dinheiro para os padrões locais), teve até a ajuda da federação italiana para melhorar sua
infraestrutura esportiva.
Ainda mais elitista é a St. Stithians College, na região norte
de Johannesburgo, que irá receber a seleção da Austrália por
duas semanas antes do início
do Mundial começar -quando
a bola começar a rolar, a equipe
da Oceania irá se alojar em um
resort exclusivo, para diminuir
as chances de ficar parada no
caótico trânsito da principal
metrópole sul-africana.
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