Corrida acontecerá em região caracterizada por enchentes e no mesmo fim de semana de show no Parque Antarctica

Autoridades ainda não programaram estratégia para o trânsito e torcem para que as chuvas não alaguem trechos do circuito

JOSÉ EDUARDO MARTINS
RENAN CACIOLI
SANDRO MACEDO
DA REPORTAGEM LOCAL
GUILHERME CHAMAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como efeito colateral de eventos ligados ao esporte, a situação do trânsito em São Paulo deve ser mais caótica do que o normal nos próximos meses.
Além das chuvas, que foram responsáveis por diversos trechos de alagamento nos últimos 43 dias, o paulistano terá de se preocupar com as consequências da primeira corrida da Indy na cidade, em um circuito de rua montado na região do Anhembi, na zona norte.
Os carros irão para a pista nos dias 13 e 14 de março, sábado e domingo. Coincidentemente, no mesmo fim de semana, o Palmeiras alugará o Parque Antarctica para o show da banda Guns n" Roses, para lucrar R$ 375 mil -isso sem esquecer os três jogos do Campeonato Paulista na capital.
O estádio do Palmeiras está a apenas sete quilômetros de distância da região do circuito, mas, apesar disso, os órgãos responsáveis pelo trânsito na cidade ainda não parecem muito preocupados com os prováveis problemas causados pelos dois eventos paralelamente.
Anteontem, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) fez uma reunião para começar a tratar do caso. Mas ainda não há esquema definido para os dias dos eventos nem uma relação de quais vias serão fechadas nas semanas que antecedem a corrida, para a montagem da pista da Indy. Para a CET, o trânsito causado pelo show não irá conflitar com o da prova.
O prefeito da cidade, Gilberto Kassab, organizadores e pilotos realizaram ontem uma vistoria na região do circuito de rua.
Coincidência ou não, a visita foi pela manhã. Nos últimos dias, as chuvas têm sido mais intensas à tarde. Como ontem: um temporal alagou vias da zona norte, inclusive a avenida Olavo Fontoura, muito próximo do traçado. Para complicar, a marginal Tietê e as pontes da região estão em obras, com término previsto para março.
"[A vistoria] já estava marcada havia muito tempo. Não tem uma vinculação com as chuvas na cidade. Poderia ser feita à tarde também", disse Kassab, incomodado com o questionamento. "O horário da vistoria foi escolhido para ajudar a imprensa", afirmou Caio de Carvalho, presidente da SPTuris.
Já a versão dos organizadores da prova é diferente da da prefeitura. "Marcamos o horário de acordo com a agenda do prefeito", afirmou Geraldo Rodrigues, presidente da Reunion, promotora do evento.
Os problemas na região do Parque Antarctica podem piorar ainda mais a partir de junho, quando as obras para a construção da Arena Palestra começam. O alvará para o início da reforma deve ser liberado na primeira quinzena de março.
"Quando [o clube] dá entrada na Secretaria de Habitação, a secretaria pede à CET um estudo do polo gerador de tráfico para estudar medidas para minimizar o impacto no trânsito", explicou a CET, por meio de sua assessoria de imprensa.


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