Nova tecnologia, modinha no cinema, pode revolucionar as transmissões, mas o futebol embaça em outra dimensão

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

AINDA NÃO será desta vez que você precisará de óculos 3D para ler esta coluna. Mas o tema não podia ser outro (o.k., podia ser a vida sexual de John Terry).
Começo o texto reproduzindo mensagem de Fabio Tavares que saiu no Painel do Leitor da Folha.
"A Fifa quer impedir uma manifestação cultural brasileira. Quer proibir a exibição de jogos da Copa em bares, restaurantes, shoppings e nas ruas sem prévia autorização e mediante pagamento de uma taxa.
O hábito de reunir os amigos em frente à televisão para beber, fazer um churrasco e assistir aos jogos está ameaçado", dizia, entre outras coisas, o protesto do Fabio, do Rio.
Isso quando Arsenal x Manchester United é transmitido em 3D para pubs em Londres, Manchester, Cardiff, Dublin e Edimburgo para alguns afortunados. E quando a Copa terá esse novo tipo de transmissão. A "onda Avatar" chegou ao futebol e tende, sim, a revolucionar as transmissões, embora especialistas e torcedores que viram em 3D o clássico inglês do domingo tenham ficado um tanto decepcionados com o resultado (os efeitos). Parece que, assim como no cinema, o futebol "perde" para outros esportes em 3D. Verdade ou não, o futuro aponta para uma outra dimensão, para aquela que pode ser a maior novidade nas transmissões desde a chegada da TV a cores.
Num relato 3D que vi da incontestável vitória dos Diabos Vermelhos sobre os Gunners, parece que só em imagens por trás do gol um efeito maior era sentido. Isso leva a acreditar que não será tão bacana assim receber pela TV um carrinho do Gattuso, uma bomba do Roberto Carlos, uma mãozada do Henry.
No dia 18 de maio de 2002, com uma Copa pertinho, fui convidado para comentar no UOL aquele que seria o primeiro jogo transmitido pela internet no Brasil (Catalunha 1 x 3 Brasil). Foi boa a experiência, mas o mundo não mudou depois disso, a TV ainda impera. O 3D, porém, é um ótimo chamariz para as TVs, como está sendo para o cinema. Comentar Arsenal x Man Utd deu mais a sensação de nova era.

TERRY EM 4D
O currículo amoroso do zagueiro impressiona até sensacionalistas tabloides ingleses. Mas nada que vai tirá-lo do Chelsea ou da seleção inglesa na Copa. Em campo, ele rende muito mais que Bridge (fora, importa até onde?). Terry só será mais perseguido por fotógrafos, câmeras e torcedores moralistas.

RONALDINHO EM 5D
No momento em que a maioria pede a convocação do gaúcho (eu inclusive), ele é manchete por causa de noitadas. Se render em campo...

ZUMA EM 6D
Até a vida sexual do presidente sul- -africano pegou o comitê de 2010.

rodrigo.bueno@grupofolha.com.br


Texto Anterior: A rodada: Botafogo faz 4 e assume liderança
Próximo Texto: Brasil cassa 15 dos 17 campeões de boxe
Índice