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Brasil cassa 15 dos 17 campeões de boxe
Pugilistas não cumprem prazo para defender título e perdem cinturões
Confederação cita boxeador que estava até seis anos
sem enfrentar desafiantes; destituídos declaram que entidade não promove lutas
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com exceção de dois de seus
campeões, a Confederação Brasileira de Boxe destituiu nesta
semana todos os demais donos
de cinturões nacionais. Das 17
categorias de peso do pugilismo
profissional no país, os títulos
de 15 delas estão vagos agora.
O motivo por trás da iniciativa é que alguns dos boxeadores
já estavam até seis anos sem colocar o cinturão em disputa.
Segundo a confederação, o
objetivo é imprimir maior dinamismo ao esporte, evitando
que alguns campeões fiquem
sentados sobre seus cinturões.
""Daqui a pouco vou ter vovôs
como campeões. Não é isso que
eu quero. Se for assim, eu prefiro que os títulos nacionais em
todas as categorias fiquem vagos do que ter campeões de papel", argumenta Mauro Silva,
presidente da confederação.
O fato de ser reconhecido como campeão nacional valoriza
a bolsa do pugilista quando ele
é chamado para participar de
programação fora do Brasil.
Em 4 de novembro passado,
a entidade publicou comunicado em seu site na internet no
qual informava que os campeões tinham 90 dias para colocar seus cinturões em disputa.
Passado o prazo, somente
dois deles ainda se qualificavam para manter os seus títulos. Um deles foi o campeão dos
pesos-pesados, George Arias,
que teve o cuidado de participar de uma luta com a meta específica de respeitar o prazo.
Um dos beneficiados pela
iniciativa da confederação é o
invicto meio-pesado Jackson
""Demolidor" Junior, que havia
desafiado o campeão da categoria, Mário Soares, o Marinho.
Dirigentes da confederação
alegam que, ao ser questionado
sobre o fato de não colocar o
cinturão em disputa, Marinho
informou que não havia desafiantes dispostos a enfrentá-lo.
Ao saber da disposição de Junior, a CBB diz que não foi mais
possível falar com o campeão.
Cartolas da entidade foram informados de que ele estava em
viagem ou que não poderia discutir o tema por estar envolvido em outros compromissos.
O manager de Junior, Servílio de Oliveira, que guiou Valdemir Pereira, o Sertão, ao título da Federação Internacional
de Boxe, afirma estar insatisfeito, apesar de a iniciativa da confederação ter aberto as portas
para chegar ao título.
""Por um lado é bom, porque
o Jackson terá a oportunidade
de lutar pelo título. Mas não é a
mesma coisa", lamenta Servílio. ""É diferente lutar por um
cinturão vago do que enfrentar
o campeão. O evento ganha
mais importância nesse caso."
Jackson diz ser um problema
de autoconfiança um campeão
não querer arriscar seu título.
""Acho que eles não têm confiança em si." Alguns dos campeões destituídos alegam que
promover programações é função a cargo da confederação.
""Quando um lutador assina
contrato profissional com um
manager e um promotor, eles é
que passam a ser responsáveis
por sua carreira", afirma Silva.
""O Conselho Mundial de Boxe não faz eventos, só sanciona
títulos. É o mesmo conosco."
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