DA REPORTAGEM LOCAL

Na contramão da recomendação do Comitê Olímpico Italiano, que havia sugerido uma punição mais rigorosa, o atacante brasileiro Giba, 26, campeão mundial com a seleção em 2002, recebeu ontem pena de oito jogos de suspensão e foi multado em 3.000 euros. Como jogador do Ferrara, ele havia testado positivo para Canabis sativa (nome científico da maconha) em exame antidoping realizado no dia 15 de dezembro de 2002, em jogo do Italiano.
A pena foi mais branda até do que a esperada pelos defensores do atleta como mínima antes do julgamento. Há dois anos, a norte-americana Keba Phipps também testou positivo para maconha em uma partida do Italiano. Na época, ficou nove jogos suspensa, cerca de dois meses.
Ao encaminhar o caso para a Federação Italiana de Vôlei, após confirmar o resultado positivo na prova e contraprova, o Comitê Olímpico Italiano havia sugerido uma pena de oito meses para o brasileiro. Pelas regras da Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês), ele poderia pegar até dois anos de suspensão.
Suspenso de forma preventiva por sua própria equipe no dia 27 de janeiro, ele já perdeu, até o último fim de semana, cinco jogos. Como o oitava partida da suspensão ocorrerá no próximo dia 21, Giba estará apto a competir já no dia seguinte. Mas só deverá entrar em quadra no dia 30, quando o Ferrara enfrentará o Verona pela 23ª rodada do Italiano. Ou seja, terá ficado afastado de partidas oficiais cerca de dois meses.
Em quatro dos jogos sem o brasileiro, pelo Italiano, o Ferrara obteve duas vitórias e duas derrotas. Antes, com Giba à disposição, o desempenho havia sido semelhante, com nove vitórias e sete derrotas. Na Copa da Itália, sem o ponta, o Ferrara foi eliminado nas quartas-de-final pelo Modena.
A equipe atualmente ocupa a sétima colocação entre as 14 que disputam o Italiano. As oito primeiras avançam às quartas-de-final, que começam em abril.
Apesar da suspensão, o jogador também estará liberado para disputar a Liga Mundial, pela seleção brasileira, desde o seu início, previsto para o dia 23 de maio. Ele até mesmo já integrava a lista dos pré-convocados pelo técnico Bernardinho para a competição, divulgada na semana passada.
Após o julgamento, Giba afirmou em entrevista à Rede Globo que o uso da droga teria sido um acaso e também que seria contra.
Na semana passada, ele havia anunciado que só iria se pronunciar sobre o resultado do julgamento depois do Carnaval, quando convocaria uma entrevista coletiva. O empresário do atleta, Jorge Assef, não foi localizado.

Texto Anterior: Recuperado de lesão, Gil pressiona Geninho e pede para voltar ao time
Próximo Texto: Memória: Maconha anulou resultados e já cassou títulos
Índice