São Paulo, domingo, 04 de março de 2007

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Derby da sobrevida é também choque dos "vira-casacas"

Em xeque no Paulista e com atletas e cartolas que tiveram ligação com o arqui-rival, Corinthians e Palmeiras duelam

Paixões dividem famílias nos dois clubes, que têm acompanhado trocas de lado desde a fundação do Palestra Itália, em 1914

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Ex-Corinthians, o atacante Edmundo chuta a bola em treino do Palmeiras para o clássico de hoje


LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI

DA REPORTAGEM LOCAL

Fora da zona de classificação do Paulista, Corinthians e Palmeiras jogam hoje para continuar sonhando com o título, no clássico que marcará também um choque de "vira-casacas".
Do lado alvinegro, uma das apostas do ex-goleiro Emerson Leão, que fez história defendendo a meta alviverde, é o volante Magrão, autor de dois gols pelo Corinthians durante a semana e que, quando defendia o Palmeiras, jurou que nunca vestiria a camisa do arqui-rival.
Pelos lados do Parque Antarctica, a dúvida da semana do técnico Caio Júnior foi entre o meia William, que passou pelas categorias de base do clube alvinegro, e o atacante Edmundo, outro que teve uma passagem pelo Parque São Jorge.
Nos bastidores, os dois rivais têm hoje figuras com vínculo afetivo com o adversário.
Alguns vices corintianos, por exemplo, quando desejam criticar o diretor de futebol Edvar Simões ou o empresário Giuliano Bertolucci, que ganhou espaço no clube após a parceria com a MSI, sempre fazem questão de afirmar que ambos são torcedores do Palmeiras.
Já o atacante Ugo Casagrande, 17, um dos destaques das categorias de base palmeirenses, tem um pé no outro parque. O jogador é filho do comentarista Walter Casagrande Júnior, um dos ícones da Democracia Corintiana nos anos 80.
Há ainda casos de famílias divididas entre os tradicionais rivais. Nesta semana, João Gimenez Lopes tomou posse como conselheiro vitalício do Corinthians. Seu irmão, José, foi um folclórico diretor de futebol do Palmeiras nos anos 60 e 70, quando chegou até a ser cogitado para presidir o clube.
Os Granieri vivem situação similar. Luiz César foi vice de marketing do Corinthians e hoje é conselheiro. Seus primos Sérgio e Carlos ocupam cargos na diretoria palmeirense.
Engana-se quem imagina que essa ligação entre os rivais mais tradicionais do futebol paulista é fenômeno recente.
Vire a página e descubra que desde 1914, ano de fundação do Palmeiras, já havia uma situação de amor e ódio entre os rivais. E justamente na família do homem que se consagrou como o autor do primeiro gol da história do Corinthians.


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