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Contrariado, Pessoa diz que não vai mais ao Pan
Já classificado, atleta critica realização de seletivas no país
DA REPORTAGEM LOCAL
Descontente com as regras
impostas pela CBH (Confederação Brasileira de Hipismo)
para distribuição de vagas no
Pan, o cavaleiro Rodrigo Pessoa, que já tinha uma vaga assegurada no evento, desistiu de
competir no Rio em julho.
O novo presidente da CBH,
Maurício Manfredi, decidiu,
em meados do mês passado, logo após ter tomado posse, que
mudaria os critérios de seleção
da equipe de saltos do Pan.
Na ocasião, a CBH determinou que Pessoa e Bernardo Alves já estavam classificados para e evento no Rio -por estarem entre os 20 melhores do
ranking mundial- e que os outros três nomes da seleção seriam escolhidos a partir de duas
seletivas realizadas no Brasil.
Com isso, três cavaleiros
-Marcos Ribeiro, Rodrigo Sarmento e Denis Gouveia- que
haviam sido convocados pela
antiga diretoria teriam que voltar à fila de candidatos.
"Não é o formato certo para
ganhar o Pan. Como sempre,
todo mundo reclama por vagas
no Brasil. Então, darei minha
vaga a algum outro brasileiro",
disse Pessoa, ouro em Atenas-2004, por telefone ao Sportv.
"Lamento porque é um campeonato importante, e temos
poucas chances de competir
em casa", completou.
Pessoa se queixou do fato de
que o Brasil perderia em competitividade se não levasse os
seus melhores cavaleiros. Com
seletivas no Brasil, os atletas
que moram no exterior poderiam se prejudicar e perder posições no ranking.
"Comigo não tem panelinha.
Quero os melhores. O mais
frustrante é os brasileiros que
moram no Brasil chamarem os
que moram no exterior de estrangeiros. Infelizmente, para
ter performance boa, temos
que morar na Europa. Então,
vamos deixar os cavaleiros que
estão no Brasil e dizem que não
tem chance. Dessa vez, estaremos fora", ressaltou.
O diretor de saltos da CBH,
Marcelo Artiaga, ficou surpreso
ao ser comunicado pela Folha
sobre a desistência de Pessoa.
"Não consigo entender porque ele decidiu não ir ao Pan,
afinal ele já tinha uma vaga."
De acordo com Artiaga, a
mudança no critério não era
prejudicial aos cavaleiros que
moram no exterior. "O próprio
[Robert] Scheidt, que é octocampeão mundial da vela, teve
que colocar seu barco na água
para participar da seletiva e
conquistar a vaga. Por que os
cavaleiros que moram no exterior não podem vir ao Brasil e
fazer o mesmo?", questionou.
Segundo a assessoria da
CBH, a entidade só vai se pronunciar oficialmente amanhã.
O Comitê Olímpico Brasileiro
diz que não influi nas seletivas
das confederações filiadas.
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