São Paulo, domingo, 04 de março de 2007

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Contrariado, Pessoa diz que não vai mais ao Pan

Já classificado, atleta critica realização de seletivas no país

DA REPORTAGEM LOCAL

Descontente com as regras impostas pela CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) para distribuição de vagas no Pan, o cavaleiro Rodrigo Pessoa, que já tinha uma vaga assegurada no evento, desistiu de competir no Rio em julho.
O novo presidente da CBH, Maurício Manfredi, decidiu, em meados do mês passado, logo após ter tomado posse, que mudaria os critérios de seleção da equipe de saltos do Pan.
Na ocasião, a CBH determinou que Pessoa e Bernardo Alves já estavam classificados para e evento no Rio -por estarem entre os 20 melhores do ranking mundial- e que os outros três nomes da seleção seriam escolhidos a partir de duas seletivas realizadas no Brasil.
Com isso, três cavaleiros -Marcos Ribeiro, Rodrigo Sarmento e Denis Gouveia- que haviam sido convocados pela antiga diretoria teriam que voltar à fila de candidatos.
"Não é o formato certo para ganhar o Pan. Como sempre, todo mundo reclama por vagas no Brasil. Então, darei minha vaga a algum outro brasileiro", disse Pessoa, ouro em Atenas-2004, por telefone ao Sportv.
"Lamento porque é um campeonato importante, e temos poucas chances de competir em casa", completou.
Pessoa se queixou do fato de que o Brasil perderia em competitividade se não levasse os seus melhores cavaleiros. Com seletivas no Brasil, os atletas que moram no exterior poderiam se prejudicar e perder posições no ranking.
"Comigo não tem panelinha. Quero os melhores. O mais frustrante é os brasileiros que moram no Brasil chamarem os que moram no exterior de estrangeiros. Infelizmente, para ter performance boa, temos que morar na Europa. Então, vamos deixar os cavaleiros que estão no Brasil e dizem que não tem chance. Dessa vez, estaremos fora", ressaltou.
O diretor de saltos da CBH, Marcelo Artiaga, ficou surpreso ao ser comunicado pela Folha sobre a desistência de Pessoa.
"Não consigo entender porque ele decidiu não ir ao Pan, afinal ele já tinha uma vaga."
De acordo com Artiaga, a mudança no critério não era prejudicial aos cavaleiros que moram no exterior. "O próprio [Robert] Scheidt, que é octocampeão mundial da vela, teve que colocar seu barco na água para participar da seletiva e conquistar a vaga. Por que os cavaleiros que moram no exterior não podem vir ao Brasil e fazer o mesmo?", questionou.
Segundo a assessoria da CBH, a entidade só vai se pronunciar oficialmente amanhã. O Comitê Olímpico Brasileiro diz que não influi nas seletivas das confederações filiadas.


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