São Paulo, terça-feira, 04 de março de 2008

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Zico, 55, revê 1982 em Sevilha

Técnico do Fenerbahce, com vantagem do empate na Copa dos Campeões, não muda estilo ofensivo

Contra o Sevilla de Luis Fabiano, técnico brasileiro pode fazer história com o time turco, turbinado, mas pobre em torneio europeu

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1982, Zico tinha 29 anos e comandava em campo um time bacana que jogava pelo empate na Espanha. Hoje, um dia depois de completar 55 anos, Zico comanda fora de campo na Espanha outro time bacana que tem a vantagem do empate.
""Nosso time joga para a frente. Não tem por que sair do nosso estilo. O Sevilla também joga no ataque. Temos é que ter maturidade, experiência, disciplina, saber das dificuldades que vamos encontrar", afirmou Zico, treinador do Fenerbahce, à Folha por telefone.
No jogo de ida pelas oitavas-de-final da Copa dos Campeões, o Fenerbahce fez 3 a 2 no Sevilla. Uma vitória simples (1 a 0 ou 2 a 1) classifica a equipe espanhola em casa. Mas Zico diz gostar muito de Sevilha.
""Em Sevilha, eu me dou bem. Ganhamos todas jogando na cidade. O problema naquela Copa [1982] foi ter saído de Sevilha", falou o camisa 10 da seleção que encantou no Mundial da Espanha, mas perdeu por 3 a 2 para a Itália em Barcelona.
Talvez a chave do jogo de hoje esteja no lado direito do Sevilla, parte esquerda da defesa do Fenerbahce. Roberto Carlos, contundido, não poderá ajudar em campo o time de Zico. E o Sevilla conta com Daniel Alves.
""Vi vários jogos do Sevilla, e ele [Daniel Alves] é o homem-chave. O Roberto Carlos é o meu maior problema", falou Zico, que se preparava para dar coletiva sobre a partida quando atendeu ao telefone ontem. ""É aniversário, mas é assim mesmo. Se o presente vier daqui a 24 horas [hoje], tudo bem."
O clima na Turquia é de muita euforia. O Fenerbahce já faz história com sua épica campanha, inédita para times do país.
""A gente sabe da repercussão que a classificação teria, da importância que isso teria para o clube, que vem investindo muito. Somos o único time turco aqui [a alcançar as oitavas da Copa dos Campeões] e achamos que podemos ir além. Temos que passar por qualquer sacrifício para nos classificarmos", disse o ""Galinho", confiante especialmente em Alex.
""Acho que ele é um dos poucos jogadores que podem desequilibrar um jogo hoje. Na Turquia, só ele recebe marcação individual", contou o treinador, sobre o seu meia armador.
Alex e Roberto Carlos são só dois dos muitos atletas brasileiros (ou com relação com o Brasil) no time do Fenerbahce.
Edu Dracena e Deivid estão no grupo, assim como Lugano, uruguaio que é um dos grandes ídolos recentes do São Paulo, Maldonado, chileno que defendeu o Santos até poucos meses, e os ""brazucas-turcos" (Mehmet Aurélio e Vederson).
""Não vou dizer que os torcedores brasileiros vão torcer para o Fenerbahce, mas eles têm um lado emocional forte, sempre torcem pelos jogadores que estão fazendo boa carreira no exterior. Há um carinho grande conosco. Cada um tem seu time no Brasil, mas acho que há uma torcida grande aí por nós neste momento", declarou Zico.
O Sevilla, no entanto, conta, além de Daniel Alves, com os brasileiros Adriano, Renato e Luis Fabiano, o último em fase excelente, artilheiro do Campeonato Espanhol (19 gols) e de novo jogador de seleção.


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