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Zico, 55, revê 1982 em Sevilha
Técnico do Fenerbahce, com vantagem do empate na Copa dos Campeões, não muda estilo ofensivo
Contra o Sevilla de Luis Fabiano, técnico brasileiro pode fazer história com o time turco, turbinado, mas pobre em torneio europeu
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 1982, Zico tinha 29 anos e
comandava em campo um time
bacana que jogava pelo empate
na Espanha. Hoje, um dia depois de completar 55 anos, Zico
comanda fora de campo na Espanha outro time bacana que
tem a vantagem do empate.
""Nosso time joga para a frente. Não tem por que sair do nosso estilo. O Sevilla também joga
no ataque. Temos é que ter maturidade, experiência, disciplina, saber das dificuldades que
vamos encontrar", afirmou Zico, treinador do Fenerbahce, à
Folha por telefone.
No jogo de ida pelas oitavas-de-final da Copa dos Campeões, o Fenerbahce fez 3 a 2 no
Sevilla. Uma vitória simples (1 a
0 ou 2 a 1) classifica a equipe espanhola em casa. Mas Zico diz
gostar muito de Sevilha.
""Em Sevilha, eu me dou bem.
Ganhamos todas jogando na cidade. O problema naquela Copa [1982] foi ter saído de Sevilha", falou o camisa 10 da seleção que encantou no Mundial
da Espanha, mas perdeu por 3 a
2 para a Itália em Barcelona.
Talvez a chave do jogo de hoje esteja no lado direito do Sevilla, parte esquerda da defesa do
Fenerbahce. Roberto Carlos,
contundido, não poderá ajudar
em campo o time de Zico. E o
Sevilla conta com Daniel Alves.
""Vi vários jogos do Sevilla, e
ele [Daniel Alves] é o homem-chave. O Roberto Carlos é o
meu maior problema", falou
Zico, que se preparava para dar
coletiva sobre a partida quando
atendeu ao telefone ontem. ""É
aniversário, mas é assim mesmo. Se o presente vier daqui a
24 horas [hoje], tudo bem."
O clima na Turquia é de muita euforia. O Fenerbahce já faz
história com sua épica campanha, inédita para times do país.
""A gente sabe da repercussão
que a classificação teria, da importância que isso teria para o
clube, que vem investindo muito. Somos o único time turco
aqui [a alcançar as oitavas da
Copa dos Campeões] e achamos que podemos ir além. Temos que passar por qualquer
sacrifício para nos classificarmos", disse o ""Galinho", confiante especialmente em Alex.
""Acho que ele é um dos poucos jogadores que podem desequilibrar um jogo hoje. Na Turquia, só ele recebe marcação individual", contou o treinador,
sobre o seu meia armador.
Alex e Roberto Carlos são só
dois dos muitos atletas brasileiros (ou com relação com o Brasil) no time do Fenerbahce.
Edu Dracena e Deivid estão
no grupo, assim como Lugano,
uruguaio que é um dos grandes
ídolos recentes do São Paulo,
Maldonado, chileno que defendeu o Santos até poucos meses,
e os ""brazucas-turcos" (Mehmet Aurélio e Vederson).
""Não vou dizer que os torcedores brasileiros vão torcer para o Fenerbahce, mas eles têm
um lado emocional forte, sempre torcem pelos jogadores que
estão fazendo boa carreira no
exterior. Há um carinho grande
conosco. Cada um tem seu time
no Brasil, mas acho que há uma
torcida grande aí por nós neste
momento", declarou Zico.
O Sevilla, no entanto, conta,
além de Daniel Alves, com os
brasileiros Adriano, Renato e
Luis Fabiano, o último em fase
excelente, artilheiro do Campeonato Espanhol (19 gols) e de
novo jogador de seleção.
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