Time leva nova surra em casa, desta vez do Santo André, fica mais longe do G4 e é ofendido por torcida

Adriano Vizoni/Folha Imagem

O goleiro palmeirense Marcos, que indicou que pode se aposentar no final do ano, tenta defesa na partida em que o Palmeiras perdeu em casa do Santo André e se complicou ainda mais no Paulista

Palmeiras 1
Santo André 3

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se o palmeirense achava que nenhuma noite poderia lembrar a do pesadelo de 17 de fevereiro, quando o São Caetano goleou por 4 a 1 em pleno Parque Antarctica e derrubou Muricy Ramalho, enganou-se.
Ontem, no mesmo palco, outro clube do ABC, o Santo André, por pouco não aplicou outra surra nos donos da casa. Os 3 a 1 saíram barato para o time anfitrião, que, fora a derrota, ainda viu Marcos desabafar e falar numa possível aposentadoria antes do previsto.
"A torcida do Palmeiras pode ficar tranquila porque o sofrimento comigo em campo só vai até o fim do ano", afirmou o goleiro à rádio CBN, ainda no intervalo do confronto, quando sua equipe já perdia por 2 a 1.
Marcos tem contrato como atleta até o final do ano que vem, além de mais três anos como funcionário do clube.
O capitão do time falhara cerca de 15 minutos antes, no segundo tento do oponente. Após um chute cruzado de Carlinhos, Marcos espalmou para a frente e deixou a bola nos pés de Rodriguinho, que ajeitou e chutou. "Achei que a bola fosse fora, depois mudei de ideia e espalmei para a frente", afirmou.
Depois do jogo, ele não quis falar com os repórteres que o cercaram no campo, enquanto os torcedores, ao fundo, gritavam "time sem-vergonha".
Os protestos do torcedor, dirigidos em maior quantidade aos dirigentes do clube, foram aumentando conforme o Santo André, em campo, colocava o Palmeiras na roda, principalmente após o terceiro gol.
Na verdade, tirando a vontade, que ontem foi muito maior do que contra o São Caetano, de resto o elenco do Palmeiras repetiu os erros que resultaram naquela fatídica goleada.
Sem objetividade, o time dirigido por Antônio Carlos não conseguia penetrar na defesa bem armada por Sérgio Soares no Santo André, que só esperava pelo erro no passe do rival.
Nos contragolpes, o clube do ABC foi mortal. Primeiro, com uma trama feita aos 9min que resultou no gol de Nunes. Gil tocou a bola por cima da marcação palmeirense, na entrada da área, e deixou Bruno César livre para cruzar pela esquerda. A bola, rasteira, foi desviada pelo centroavante andreense.
Nunes já havia anotado os dois tentos na vitória do Santo André no último encontro entre os dois clubes, no Campeonato Brasileiro do ano passado.
Para piorar a situação dos anfitriões, Cleiton Xavier, com dores no tornozelo direito, deixou o duelo e foi substituído por Marquinhos na sequência do primeiro gol de Rodriguinho, o segundo do time do ABC.
Foi só com vontade que o Palmeiras descontou ainda no primeiro tempo. Eduardo cruzou para a área, Marquinhos dividiu com a zaga pelo alto, e a bola sobrou para Robert. O centroavante bateu cruzado e anotou seu sexto gol no Paulista.
Na etapa final, o público se irritou de vez com o último gol adversário. Após tabela, Rodriguinho marcou bonito, de letra. Foi o décimo gol do jogador no Estadual -é o artilheiro.
O Santo André é o vice-líder do Paulista, com 27 pontos -um a menos que o Santos, que joga hoje. O Palmeiras está em décimo, com 16, e pegará o Sertãozinho no sábado, em casa.




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