|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Paraíba tenta vetar palavrões em estádios
Estado quer proibir gestos obscenos e xingamentos
LUIZ CARLOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA
FOLHA, EM JOÃO PESSOA
Xingar o juiz, os bandeirinhas ou o perna de pau de um
time de futebol está proibido
nos estádios da Paraíba.
Entrou em vigor ontem a
"Lei Pimenta na Boca".
Representantes de torcidas
organizadas e o promotor Valberto Lira assinaram ontem em
João Pessoa um TAC (Termo
de Ajustamento de Conduta)
que cria essa limitação.
O regulamento proíbe palavrões, atos violentos e gestos
obscenos. Não há punição prevista, por enquanto, aos infratores, mas, dependendo da gravidade das ofensas, o caso poderá parar numa delegacia.
A medida, que tenta pôr fim à
violência nos estádios paraibanos, vale para o Estadual e para
o Brasileiro da Série C, que tem
o Treze de Campina Grande como representante do Estado.
O promotor disse que a medida começará como uma forma de conscientização dos torcedores. "Acreditamos que xingamentos e músicas com palavras de baixo calão incitam a
violência", afirmou Lira.
"O juiz agora está respaldado
pelo TAC para prestar queixa
em uma delegacia, por exemplo, caso se sinta ofendido pela
torcida", declarou Lira.
Policiais militares vão fiscalizar os estádios nos dias de jogo.
As músicas com palavras de
baixo calão serão as mais visadas nas blitze. Segundo o promotor, denúncias feitas por
torcedores ou outras pessoas
também serão apuradas.
"O ato obsceno por si só já
é crime. Tudo o que ocorrer
dentro dos estádios será investigado pelo Ministério Público
e, dependendo da gravidade
do caso, o infrator poderá até
ser punido pelo crime de difamação", afirmou Lira.
Líderes das torcidas locais
estão desconfiados. "Não tem
como ficar nervoso e não falar
um palavrão", declarou o diretor da torcida jovem do Botafogo, Marcos Natanael Silva.
Para o presidente da torcida
Botapaz, Denay Júnior, a medida não será rigorosa. "Já pensou pegar uma reclusão porque
xingou a mãe do juiz?"
Após a assinatura do TAC, as
torcidas terão três meses para
cadastrar eletronicamente todos os seus membros e encaminhar o cadastro ao clube a que
pertencem, à FPF, à Polícia Militar e ao Ministério Público.
Texto Anterior: São Paulo para, e a torcida pede raça Próximo Texto: Itália: Insultos rendem expulsão Índice
|