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São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2003

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Na véspera do GP Brasil, pentacampeão minimiza efeito do novo regulamento e afirma que seu pior início de campeonato na F-1 é fruto de melhor trabalho das escuderias adversárias

Schumacher admite que agora tem rivais

FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

A situação seria inimaginável para um pentacampeão mundial, o maior vencedor da história de Interlagos, um sujeito com dez pódios em 11 GPs Brasil. Mas é a dura constatação após duas derrotas em duas etapas do Mundial.
Para Michael Schumacher, a Ferrari terá dificuldades em Interlagos. E vai além: a temporada inteira será complicada para a escuderia italiana. Ele, porém, não responsabiliza a nova F-1 por isso.
Em entrevista à Folha, ontem, em São Paulo, o alemão admitiu que o mau início de campeonato da escuderia é reflexo da evolução de suas adversárias diretas, McLaren e Williams. "Não tem nada a ver com o regulamento. A questão é que os outros times estão melhores do que no ano passado", declarou o piloto alemão.
"Nós continuamos com um trabalho muito bom e profissional. Mas não fomos os melhores na Austrália. E, sendo sincero, eu não fui o melhor na Malásia."
A Ferrari, que venceu os quatro últimos Mundiais de Construtores, hoje é a vice-líder, junto com a Renault e atrás da McLaren.
Schumacher, que vem de três títulos seguidos, atualmente é o sexto colocado entre os pilotos e ainda vive um drama pessoal -até agora, este é o pior início de temporada de toda a sua carreira.
Na Austrália, o alemão terminou em quarto lugar. Na Malásia, jogou sua corrida fora ao cometer um erro logo na primeira curva e acertar o Renault de Jarno Trulli.
Diante desse quadro e correndo em Interlagos com o F2002, o carro do ano passado, Schumacher por ora prefere deixar de lado os discursos cheios de empolgação.
"Espero uma temporada difícil. Espero outra corrida difícil aqui. E espero muito que a Ferrari volte a ganhar GPs logo", declarou. "Espero ver o time lutando por esse campeonato, mas sei que não será um campeonato fácil."
Em Interlagos, toda essa espera pode não durar muito. Dependendo do que acontecer hoje, nos primeiros treinos para o GP Brasil, Schumacher e a Ferrari já poderão ter uma idéia bem clara do que será este final de semana.
Os carros da escuderia entram na pista às 11h, para a primeira sessão de treinos livres. Às 14h, com TV, acontece a pré-classificação, que decidirá a ordem de entrada dos pilotos no treino para definição do grid, amanhã.
Essa é uma das facetas das novas regras. Como as equipes precisam traçar suas estratégias desde o início das atividades, já é possível perceber, na sexta-feira, quem chegará com força ao GP.
Desanimador para a escuderia italiana, o cenário é um prato cheio para suas rivais. Em Interlagos, McLaren, Williams e até Renault esbanjam otimismo. "Podemos repetir aquilo que fizemos na Malásia", afirmou, por exemplo, Fernando Alonso, da Renault, pole e terceiro colocado em Sepang.
"Acredito que teremos uma boa chance para lutar por mais um excelente resultado aqui", declarou David Coulthard, da McLaren, vencedor do GP da Austrália -e em Interlagos, há dois anos.
O mais incisivo, para manter a tradição, é o colombiano Juan Pablo Montoya. "É claro que o Michael tem chances aqui, mas não são das maiores. Pelo que vimos nas duas primeiras corridas, os pneus da Michelin estão trabalhando melhor e acho que voltaremos a contar com essa vantagem", disse o piloto da Williams, terceiro colocado na temporada.
Nesse cenário, a única opinião a destoar é do diretor-esportivo ferrarista, o francês Jean Todt: "Trabalhamos muito duro nas últimas semanas e acredito que teremos um bom carro para cá. Nossas derrotas foram circunstanciais".
Tanto falatório acaba hoje. Enfim, é hora de carro na pista. Nada melhor do que isso para mostrar quem está com a razão.


NA TV - Pré-classificação para o GP Brasil de F-1, Globo, ao vivo, a partir das 14h


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