|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Na véspera do GP Brasil, pentacampeão minimiza efeito do novo regulamento e afirma que seu pior início de campeonato na F-1 é fruto de melhor trabalho das escuderias adversárias
Schumacher admite que agora tem rivais
FÁBIO SEIXAS
DA REPORTAGEM LOCAL
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE
A situação seria inimaginável
para um pentacampeão mundial,
o maior vencedor da história de
Interlagos, um sujeito com dez
pódios em 11 GPs Brasil. Mas é a
dura constatação após duas derrotas em duas etapas do Mundial.
Para Michael Schumacher, a
Ferrari terá dificuldades em Interlagos. E vai além: a temporada inteira será complicada para a escuderia italiana. Ele, porém, não responsabiliza a nova F-1 por isso.
Em entrevista à Folha, ontem,
em São Paulo, o alemão admitiu
que o mau início de campeonato
da escuderia é reflexo da evolução
de suas adversárias diretas, McLaren e Williams. "Não tem nada a
ver com o regulamento. A questão é que os outros times estão
melhores do que no ano passado", declarou o piloto alemão.
"Nós continuamos com um trabalho muito bom e profissional.
Mas não fomos os melhores na
Austrália. E, sendo sincero, eu
não fui o melhor na Malásia."
A Ferrari, que venceu os quatro
últimos Mundiais de Construtores, hoje é a vice-líder, junto com a
Renault e atrás da McLaren.
Schumacher, que vem de três títulos seguidos, atualmente é o
sexto colocado entre os pilotos e
ainda vive um drama pessoal
-até agora, este é o pior início de
temporada de toda a sua carreira.
Na Austrália, o alemão terminou em quarto lugar. Na Malásia,
jogou sua corrida fora ao cometer
um erro logo na primeira curva e
acertar o Renault de Jarno Trulli.
Diante desse quadro e correndo
em Interlagos com o F2002, o carro do ano passado, Schumacher
por ora prefere deixar de lado os
discursos cheios de empolgação.
"Espero uma temporada difícil.
Espero outra corrida difícil aqui.
E espero muito que a Ferrari volte
a ganhar GPs logo", declarou.
"Espero ver o time lutando por esse campeonato, mas sei que não
será um campeonato fácil."
Em Interlagos, toda essa espera
pode não durar muito. Dependendo do que acontecer hoje, nos
primeiros treinos para o GP Brasil, Schumacher e a Ferrari já poderão ter uma idéia bem clara do
que será este final de semana.
Os carros da escuderia entram
na pista às 11h, para a primeira
sessão de treinos livres. Às 14h,
com TV, acontece a pré-classificação, que decidirá a ordem de entrada dos pilotos no treino para
definição do grid, amanhã.
Essa é uma das facetas das novas regras. Como as equipes precisam traçar suas estratégias desde o início das atividades, já é possível perceber, na sexta-feira,
quem chegará com força ao GP.
Desanimador para a escuderia
italiana, o cenário é um prato
cheio para suas rivais. Em Interlagos, McLaren, Williams e até Renault esbanjam otimismo. "Podemos repetir aquilo que fizemos na
Malásia", afirmou, por exemplo,
Fernando Alonso, da Renault, pole e terceiro colocado em Sepang.
"Acredito que teremos uma boa
chance para lutar por mais um excelente resultado aqui", declarou
David Coulthard, da McLaren,
vencedor do GP da Austrália -e
em Interlagos, há dois anos.
O mais incisivo, para manter a
tradição, é o colombiano Juan Pablo Montoya. "É claro que o Michael tem chances aqui, mas não
são das maiores. Pelo que vimos
nas duas primeiras corridas, os
pneus da Michelin estão trabalhando melhor e acho que voltaremos a contar com essa vantagem", disse o piloto da Williams,
terceiro colocado na temporada.
Nesse cenário, a única opinião a
destoar é do diretor-esportivo ferrarista, o francês Jean Todt: "Trabalhamos muito duro nas últimas
semanas e acredito que teremos
um bom carro para cá. Nossas
derrotas foram circunstanciais".
Tanto falatório acaba hoje. Enfim, é hora de carro na pista. Nada
melhor do que isso para mostrar
quem está com a razão.
NA TV - Pré-classificação para
o GP Brasil de F-1, Globo, ao
vivo, a partir das 14h
Texto Anterior: Painel FC Próximo Texto: Massa, terceiro ferrarista, fala pouco e não fala do futuro Índice
|