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São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2003

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Massa, terceiro ferrarista, fala pouco e não fala do futuro

DA REPORTAGEM LOCAL

No ano passado, estreando na F-1 pela Sauber, ele era dos personagens mais requisitados no paddock. Agora, a situação é outra.
Piloto de testes da Ferrari, Felipe Massa, 21, já segue a cartilha da escuderia. Apontado pela imprensa italiana como possível substituto de Michael Schumacher ou de Rubens Barrichello no futuro, o brasileiro foi colocado numa espécie de redoma pela equipe.
Desde que foi efetivado no posto, em fevereiro, Massa só pode conceder entrevistas com autorização expressa do time. E, quando fala, evita fazer comentários sobre as expectativas na Ferrari.
"Tenho que cumprir as regras da equipe. É como em qualquer empresa. Sou um funcionário e preciso seguir aquilo que determinam", afirmou, ontem, em São Paulo. "Existe muito assédio, é claro, porque sou piloto da Ferrari, mas não posso mais sair falando e dando entrevistas como antes, na época da Sauber."
Questionado sobre as metas para os próximos anos, é evasivo.
"Se um dia eu correr pela Ferrari serei o cara mais feliz do mundo. Mas não fixei nenhuma meta. Acho que meu futuro será determinado por aquilo que eu fizer no presente, agora", declarou.
Nem a nova postura de Schumacher, que na Malásia admitiu estar em dúvidas sobre o que fazer após 2004, é capaz de mudar o discurso do brasileiro. "Nunca ouvi o Schumacher dizer que não sabe o que fazer em dois anos. Não adianta eu me iludir achando que amanhã vou correr pela Ferrari. Isso não posso dizer."
Apesar de toda a diplomacia, a trajetória de Massa indica que ele está sendo criado para assumir uma posição de destaque no time. Seu compromisso com a equipe foi fechado em 2001, quando ele ainda disputava a F-3000. No ano passado, disputou o Mundial pela Sauber, que usa motores Ferrari.
Há dois meses, Massa vive em Maranello, próximo à sede da escuderia. Mas está de mudança para um apartamento em Modena, oferecido pela Ferrari. Ricardo Tedeschi, seu empresário, contesta a idéia de uma superproteção.
"Não existe nada de especial para o Felipe. Ele apenas segue as normas da Ferrari, como qualquer outro piloto faz em sua equipe. Tudo isso só demonstra como a Ferrari é um time organizado."
"Ele está tendo uma oportunidade única, de estudar na melhor faculdade possível na F-1. E, sendo assim, precisa seguir todas as regras. Faz parte do jogo", disse.
A exemplo do que aconteceu na Malásia, há duas semanas, Massa é o piloto reserva da Ferrari no Brasil. A partir do próximo GP, em Imola, porém, a função deve ficar com Luca Badoer.(FSX)


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