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FUTEBOL
Ex-jogadores que foram dirigidos pelo ex-treinador do São Paulo não têm obtido êxito com a prancheta nas mãos
Zetti busca redimir discípulos de Telê
DA REPORTAGEM LOCAL
Logo em seu primeiro Paulista
na primeira divisão no papel de
treinador, Zetti pode sagrar-se
campeão. Se conseguir, vai redimir uma série de fracassos de ex-jogadores que também tiveram
Telê Santana como mestre.
Com o ex-treinador, no São
Paulo, Zetti levou tudo: Paulista,
Brasileiro, Libertadores e Mundial Interclubes, entre outros.
O técnico do Paulista, que tenta
hoje, contra o Palmeiras, assegurar vaga na decisão do Estadual,
afirmou que se inspira no antigo
chefe para orientar os seus atletas.
Os ensinamentos de Telê são seguidos por uma série de ex-atletas
que não conseguiram fazer a carreira decolar. Entre eles estão Valdir Peres, Oscar, Edinho, Juninho,
Júnior, Falcão, Sócrates e Serginho, que fizeram parte de uma
das seleções mais badaladas do
Brasil, a da Copa de 1982, eliminada na Espanha pela Itália.
Zetti, no entanto, evita comparações com a geração marcada
por fracassos em Copas. "Estou
fazendo o meu papel. Mas é difícil
falar sobre o trabalho dos outros."
Mas enquanto Zetti segue fazendo sucesso no seu primeiro
ano como treinador, ex-jogadores
consagrados ainda penam atrás
da afirmação como técnicos.
Zico, que enfrenta críticas à
frente da seleção japonesa, e Toninho Cerezo, também no Japão,
são outros daquele time que sonham em repetir o êxito do antigo
mestre. Cerezo, técnico do Kashima Antlers, já ganhou títulos no
Oriente. No Brasil, chegou às semifinais do Nacional, em 1999,
com o Vitória.
O caso mais recente de pupilo
que fracassou ao seguir os passos
de Telê é o ex-lateral Júnior, hoje
dirigente do Flamengo.
Sem trabalhar desde 1997, Júnior foi para o Corinthians no ano
passado, mas durou apenas dois
jogos no cargo. Seu sucessor, Juninho, também fracassou.
"Além da parte tática e da metodologia de trabalho, o Telê nos
deu lições de vida, que servem independentemente de sermos técnicos ou não", disse Júnior. Ele
afirmou considerar ser uma coincidência tantos discípulos de Telê,
hoje aposentado, com problemas
de saúde, não terem se consagrado como treinadores.
O ex-corintiano Sócrates engrossa a lista de insucessos. Ele
acumulou passagens curtas por
Botafogo de Ribeirão Preto, LDU,
do Equador, e Cabofriense. Não
vingou em nenhum dos três.
Falcão foi chamado para a seleção em 1990, mas caiu no ano seguinte. Também fracassou no
América do México e na seleção
japonesa. Hoje, é comentarista.
No último domingo, mais um
discípulo de Telê deu os primeiros passos. Müller, ex-São Paulo,
estreou à frente do Ipatinga, time
que defendia como jogador, na
derrota para o Cruzeiro, por 2 a 0.
O ex-volante Pintado, treinado
por Telê no clube do Morumbi,
também está no início de carreira.
Orienta a Internacional de Limeira na Série A-2 do Paulista .
Enquanto jogadores que se destacaram nos times de Telê ainda
perseguem a fama com a prancheta nas mãos, um desafeto do
ex-treinador é o mais badalado
entre os semifinalistas do Estadual. Emerson Leão, do Santos,
não esquece o corte na Copa de
82. Quatro anos depois, foi como
terceiro goleiro. Também criticou
Telê por essa decisão. Acredita
que um jovem deveria ter ido nessa função para ganhar experiência.
(RICARDO PERRONE E TONI ASSIS)
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