São Paulo, domingo, 04 de abril de 2004

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FUTEBOL

Ex-jogadores que foram dirigidos pelo ex-treinador do São Paulo não têm obtido êxito com a prancheta nas mãos

Zetti busca redimir discípulos de Telê

DA REPORTAGEM LOCAL

Logo em seu primeiro Paulista na primeira divisão no papel de treinador, Zetti pode sagrar-se campeão. Se conseguir, vai redimir uma série de fracassos de ex-jogadores que também tiveram Telê Santana como mestre.
Com o ex-treinador, no São Paulo, Zetti levou tudo: Paulista, Brasileiro, Libertadores e Mundial Interclubes, entre outros.
O técnico do Paulista, que tenta hoje, contra o Palmeiras, assegurar vaga na decisão do Estadual, afirmou que se inspira no antigo chefe para orientar os seus atletas.
Os ensinamentos de Telê são seguidos por uma série de ex-atletas que não conseguiram fazer a carreira decolar. Entre eles estão Valdir Peres, Oscar, Edinho, Juninho, Júnior, Falcão, Sócrates e Serginho, que fizeram parte de uma das seleções mais badaladas do Brasil, a da Copa de 1982, eliminada na Espanha pela Itália.
Zetti, no entanto, evita comparações com a geração marcada por fracassos em Copas. "Estou fazendo o meu papel. Mas é difícil falar sobre o trabalho dos outros."
Mas enquanto Zetti segue fazendo sucesso no seu primeiro ano como treinador, ex-jogadores consagrados ainda penam atrás da afirmação como técnicos.
Zico, que enfrenta críticas à frente da seleção japonesa, e Toninho Cerezo, também no Japão, são outros daquele time que sonham em repetir o êxito do antigo mestre. Cerezo, técnico do Kashima Antlers, já ganhou títulos no Oriente. No Brasil, chegou às semifinais do Nacional, em 1999, com o Vitória.
O caso mais recente de pupilo que fracassou ao seguir os passos de Telê é o ex-lateral Júnior, hoje dirigente do Flamengo.
Sem trabalhar desde 1997, Júnior foi para o Corinthians no ano passado, mas durou apenas dois jogos no cargo. Seu sucessor, Juninho, também fracassou.
"Além da parte tática e da metodologia de trabalho, o Telê nos deu lições de vida, que servem independentemente de sermos técnicos ou não", disse Júnior. Ele afirmou considerar ser uma coincidência tantos discípulos de Telê, hoje aposentado, com problemas de saúde, não terem se consagrado como treinadores.
O ex-corintiano Sócrates engrossa a lista de insucessos. Ele acumulou passagens curtas por Botafogo de Ribeirão Preto, LDU, do Equador, e Cabofriense. Não vingou em nenhum dos três.
Falcão foi chamado para a seleção em 1990, mas caiu no ano seguinte. Também fracassou no América do México e na seleção japonesa. Hoje, é comentarista.
No último domingo, mais um discípulo de Telê deu os primeiros passos. Müller, ex-São Paulo, estreou à frente do Ipatinga, time que defendia como jogador, na derrota para o Cruzeiro, por 2 a 0.
O ex-volante Pintado, treinado por Telê no clube do Morumbi, também está no início de carreira. Orienta a Internacional de Limeira na Série A-2 do Paulista .
Enquanto jogadores que se destacaram nos times de Telê ainda perseguem a fama com a prancheta nas mãos, um desafeto do ex-treinador é o mais badalado entre os semifinalistas do Estadual. Emerson Leão, do Santos, não esquece o corte na Copa de 82. Quatro anos depois, foi como terceiro goleiro. Também criticou Telê por essa decisão. Acredita que um jovem deveria ter ido nessa função para ganhar experiência. (RICARDO PERRONE E TONI ASSIS)


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