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FUTEBOL
Onde está o espetáculo?
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Pior que Paraguai 0x0 Brasil
foi Holanda 0x0 França. Os
últimos dias não foram nada ricos em grandes jogos de seleções.
No papel e na expectativa, eram
ótimas partidas, mas há um certo
acomodamento geral no planeta.
Talvez o fato de Argentina e
França terem dado show antes da
última Copa e fracassado feio no
Mundial explique um pouco isso.
Talvez o fato de o Brasil ter colhido uma série de insucessos antes
da Copa e vencido o torneio explique bastante isso.
De que adianta arrasar em
amistosos ou em mais um jogo de
uma longa disputa, caso das eliminatórias sul-americanas? As
seleções que mais renderam após
a Copa, em termos de resultados,
foram República Tcheca e Holanda. Os tchecos perderam no meio
de semana uma invencibilidade
de 20 jogos. Para quem? Irlanda,
equipe mediana que deixou os
holandeses fora da Copa, não se
classificou para a Euro-2004 e que
foi uma das quatro que ficaram
no 0 a 0 com o novo Brasil de Parreira. "Foi minha primeira derrota. Como consolo, não foi em um
torneio", afirmou Karel Brückner, técnico da República Tcheca.
A Holanda ostenta longa série
invicta em amistosos com Dick
Advocaat, mas caiu em jogos que
valiam muito. O time laranja tem
até ousado em sua escalação (os
ofensivos Cocu e Zenden foram
zagueiro e lateral, respectivamente, contra os atuais campeões europeus), mas jogado burocraticamente, coisa que pode ser dita de
muitas seleções de ponta.
Marcelo Bielsa montou a Argentina ultraofensiva contra o
Equador. O aproveitamento de
Aimar, D'Alessandro, César Delgado, Crespo e Mariano González
poderia satisfazer a um desejo-pedido de cinco homens de frente
feito por Matinas Suzuki na Folha após o tetra com 0 a 0. Dos titulares de linha, só Ayala e Heinze
tinham atribuições só defensivas,
o que não impediu os dois de perderem as duas melhores chances
da primeira etapa. No segundo
tempo, houve espaço para os ex-excluídos Riquelme e Tevez. Um
esquema que pode ser lido como
2-3-2-3 pouco fez em casa diante
das limitações equatorianas: 1 a
0, gol de fora da área (nada fruto
de um ataque em massa).
"Jogamos bem por 25 minutos",
diz, satisfeito, o técnico da Holanda. "Respondemos bem à pressão
que a Holanda fez durante alguns
minutos. O 0 a 0 é um bom resultado", diz Jacques Santini, treinador que tem material para fazer a
mais letal seleção francesa e que
perdeu a chance do recorde mundial de 15 vitórias seguidas. Os
discursos não animam.
A Itália de Trapattoni fez 2 a 1
em Portugal no erro do adversário (do goleiro Ricardo) e no erro
do árbitro (Vieri fez falta no gol).
Felipão sofre contra rivais que estarão na Eurocopa. Seu time não
empolga, mas ninguém se surpreenderá muito com seu sucesso
no torneio do meio deste ano.
A seleção atual de Parreira aparece, pelo esquema e pelos atletas,
bem mais ofensiva do que a que
venceu a Copa de 1994. Os resultados, porém, não confirmam isso. É a velha história de que na
prática a teoria é outra. Todos
anseiam pelo espetáculo, mas está
difícil. Lula que o diga.
Copa dos Campeões
Já elogiei a Rede TV! por deixar o público escolher o jogo que quiser.
Mas só um duelo, Arsenal x Chelsea, parece indefinido. Veremos?
Uefa
Keegan (20º), Best (19º), Müller (18º), Baresi (17º), Rummenigge
(16º), Matthäus (15º), Charlton (14º), Gullit (13º), Rossi (12º) e Puskas
(11º). A eleição dos 50 melhores europeus chega aos top 10.
Conmebol
O site está mais bonito e destaca o ranking de clubes (desatualizado).
Freddy Adu
O espetáculo do "novo Pelé" na MLS começaria ontem.
E-mail rbueno@folhasp.com.br
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