São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2006

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Elite agora cai até nos Estaduais

Portuguesa, Guarani ou ambos levarão o Clube dos 13 pela 1ª vez à Série B de um campeonato local

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

No próximo domingo, Portuguesa e Guarani lutam diretamente para não cair no Paulista e fugir de uma pecha: quem não escapar será o primeiro membro do C13 a disputar a segunda divisão em seu Estado. E ainda podem cair juntos num vexame duplo.
Autodenominada União dos Grandes Clubes Brasileiros em seu site, a entidade criada em 1987 jamais viu seus membros disputar uma segundona estadual.
Com os resultados do Paulista desse ano, há grande risco de essa tradição mudar. A Portuguesa terminou a rodada fora da zona de rebaixamento, mas tem o mais sério risco da jornada final.
O timee do Canindé vai à Vila Belmiro pega um Santos que, se vencer, garantirá o título, quebrando seca de duas décadas.
O Guarani tem vida um pouco mais fácil. Encara em seus domínios um Mogi Mirim rebaixado. Tem 18 pontos como a Portuguesa, mas uma vitória a menos.
No encalço dos dois membros do C13, estão Portuguesa Santista e Marília, ambos com 17 pontos.
Em 2001, o Guarani terminou o Paulista na penúltima colocação. No ano seguinte, porém, uma virada de mesa, que valorizou o Rio-São Paulo e tirou os grandes dos Estaduais, favoreceu o time de Campinas. Que voltou à elite em 2003 sem teoricamente "arranhar" sua imagem de grande.
Em 1990, o São Paulo disputou a Série B do Paulista, mas, pelo regulamento da FPF, essa série também integrava a primeira divisão.
O ano de 2006 têm sido ruim para os 20 membros da sociedade que teve 13 fundadores. O Atlético-MG viu o Ipatinga fazer a final com o campeão Cruzeiro.
Flamengo, Fluminense e Vasco já se preparam para o Brasileiro, sem nem ir às semifinais do segundo turno do Rio. Agora, assistem à final Botafogo x Madureira.
No Paranaense, outro vexame dos autodenominados grandes: Atlético-PR e Coritiba vêem Paraná e Adap, ambos fora do C13, fazer a final estadual.
Bahia e Vitória, que agora penam na terceira divisão nacional, viram o Colo Colo ganhar o primeiro turno do Baiano dentro do Barradão -onde o Vitória precisava apenas de um empate.
O segundo turno começou ontem, com um empate entre Bahia e Camaçari, por 0 a 0, sinal de que as coisas devem continuar mal.
A Folha tentou contato telefônico com o presidente do C13, Fábio Koff, e com um de seus vices, Eurico Miranda, sem sucesso.
De bom augúrio mesmo para a entidade, apenas a volta da hegemonia Gre-Nal, que decide o Gaúcho, a presença do Goiás no último jogo do Goiano e a classificação do Sport, que fará a final pernambucana contra o Santa Cruz, que não faz parte do C13.
Na atual situação, o ano da entidade nos Estaduais ainda não é o pior; 2004 foi o que marcou a maior catástrofe das potências. Onze delas foram superadas por equipes de menor expressão, sendo o exemplo mais emblemático o Estadual de SP, que teve São Caetano campeão e Paulista vice.
Neste ano, contando torneios encerrados e a situação atual dos que estão em andamento, são nove clubes grandes superados por barrados no "clube dos ricos".
A marca negativa tem chances de ser superada neste ano, já que só um grande baiano pode ir à final. Potências ainda decidem finais no Rio Goiás e Pernambuco.
O C13 tem dois sócios na Série C do Nacional (Vitória e Bahia) e cinco na Série B (Atlético-MG e Coritiba, recém-caídos, Sport, Portuguesa e Guarani). Também já viu durante sua existência as quedas para a Série B de Palmeiras, Botafogo, Grêmio (recém-promovido à elite) e Fluminense, que também conheceu a Série C.


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