São Paulo, terça-feira, 04 de maio de 2004 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL Com cofre vazio, cúpula do Corinthians torce por classificação na Copa do Brasil para não pagar mais a substituto Falta de dinheiro dá sobrevida a Oliveira
RICARDO PERRONE DA REPORTAGEM LOCAL O técnico Oswaldo de Oliveira ganhou uma sobrevida no Corinthians, apesar da pressão de conselheiros para a sua demissão. Sem dinheiro para contratar um treinador de ponta, a cúpula do clube torce para que a equipe consiga a classificação para as quartas-de-final da Copa do Brasil, amanhã, contra o Fortaleza, para amenizar a situação. O time paulista precisa de uma vitória ou de um empate com gols para avançar no torneio. Depois da goleada de anteontem por 4 a 0 para o Palmeiras, a maior da história do clássico no Brasileiro, o presidente Alberto Dualib também demonstrou a amigos insatisfação com Oliveira. Porém, ao analisar as opções que teria para substituí-lo, a diretoria, que se reuniu ontem, chegou à conclusão que o melhor é torcer para que o treinador recupere o time, 19º do Nacional. Os corintianos não acreditam que conseguiriam convencer Wanderley Luxemburgo, sonho da maioria dos conselheiros, a receber um salário parecido com o de Oliveira. O atual treinador ganha cerca de R$ 65 mil mensais. Outro obstáculo para a volta de Luxemburgo é o vice de futebol, Antonio Roque Citadini, seu desafeto. O ex-técnico do Cruzeiro deu entrevistas recentemente elogiando o elenco corintiano. Uma das principais críticas dos conselheiros ao trabalho de Oliveira é o fato de o time começar mal o Nacional apesar de ter tido tempo para treinar por causa da precoce eliminação no Estadual. Só em Extrema (MG) e Porto Feliz (SP) foram feitas duas semanas de treinamentos. "O tempo foi bom, mas não foi suficiente para que a gente resolvesse todos os problemas acumulados desde o ano passado", afirmou o treinador corintiano. Ele culpa, principalmente, o desmanche sofrido pelo time no segundo semestre do ano passado pela atual crise da equipe. A pressão no Parque São Jorge não é só para a queda de Oliveira. Conselheiros da oposição querem a saída de Citadini do departamento de futebol e a renúncia de Dualib. As exigências são as mesmas feitas pela Gaviões da Fiel. Desde a derrota para o Grêmio, por 4 a 0, na quarta-feira passada, os dirigentes corintianos têm evitado as entrevistas. Ontem, a Folha telefonou para Citadini das 10h30 às 22h, mas ele não atendeu seu celular. Ao mesmo tempo em que impede a demissão de Oliveira, a crise financeira dificulta ainda mais a contratação de reforços. Mesmo assim, o treinador espera pelo anúncio de um acordo com o meia Ricardinho, que se desligou do Middlesbrough (ING) e está em Curitiba (PR). A principal dificuldade para o acerto é a exigência do jogador para que o clube banque uma indenização ao São Paulo, caso ele perca uma disputa na Justiça comum com sua ex-equipe. Ele se comprometeu a devolver ao São Paulo cerca de US$ 1 milhão, caso voltasse a atuar por um time brasileiro em 2004. Texto Anterior: Oque ver na TV Próximo Texto: Jogadores fogem de 9 torcedores pelos fundos Índice |
|