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AÇÃO
Com prazer e sem pressão
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
Para quem chegou a cogitar
aposentadoria neste ano,
Kelly Slater evidencia que, caso tivesse tomado essa decisão, os motivos poderiam ser os mais diversos, exceto técnico. Com duas vitórias nas duas etapas disputadas
na temporada -e em ondas que
variaram de meio metro irregular
a dois metros perfeitos-, ele deixa claro que mantém as mesmas
forma, versatilidade e disposição
que o levaram a conquistar cinco
títulos consecutivos e sete no total.
O havaiano Andy Irons, que foi
seu algoz em passado recente, foi
ao mesmo tempo seu maior incentivador, mas vencê-lo, como
ocorreu no ano passado, parece
não bastar para Slater, que continua mostrando que ama competir e o faz -especialmente agora,
sem pressão- com o maior prazer, divertindo-se, no mais autêntico espírito do esporte.
A vitória em Bell's, na Austrália, o campeonato mais tradicional do circuito e que tem a mesma
idade do campeão, 34 anos, foi
conquistada numa final de ondas
clássicas, direitas grandes, longas
e perfeitas, nas quais pôde mostrar todo o seu repertório de manobras para derrotar o local Joel
Parkinson.
Voltar a badalar o sino do
Bell's, após 12 anos, valeu também para o americano de Cocoa
Beach, Flórida, mais um recorde
na sua carreira, o último que ainda restava para ser quebrado. No
Rip Curl Pro, ele conquistou sua
33ª vitória no Tour, igualando
sua marca à de Tom Curren, tricampeão mundial em 1985, 1986 e
1990, quando o circuito mundial
tinha o dobro de etapas do que
tem atualmente.
Para melhorar a situação do
campeão e deixar os adversários
ainda mais preocupados, começa
hoje o período de espera da etapa
mais temida e aguardada do
Tour, o Billabong Pro Tahiti, em
Teahupoo. No ano passado, com
uma vitória inédita na história
do surfe, duas notas 10 na final,
Slater deu a arrancada que o levou a reconquistar o título mundial.
Com o retrospecto de 100% de
aproveitamento no ano e o título
da etapa para defender, Slater
chega aos cavernosos tubos de
"Chopes", como é carinhosamente tratada a onda taitiana, como
o homem a ser batido. O brasileiro Paulo Moura terá essa ingrata
chance logo na primeira fase da
prova, disputada por três atletas,
dos quais um passa direto para o
terceiro round e dois vão para a
repescagem. Raoni Monteiro,
contundido, continua fora.
Ontem, as ondas estavam com
1,5 m, mas durante as triagens
atingiram os 3 m. Entre os 90 inscritos para a seletiva, dois taitianos garantiram vaga.
A prova no Taiti poderá ser
acompanhada ao vivo, com sinal
gerado pela internet, pelo Sportv.
O novo formato, apesar de limitado em definição, fez tanto sucesso
que foi repetido em outras etapas
e agora completa um ano.
Mal comparando, há quem diga que, caso o Brasil vença a Copa
na Alemanha, a disputa do mais
importante torneio de futebol vai
se tornar monótona. No caso do
Mundial de surfe, mesmo que Slater continue imbatível, suas apresentações garantem o show e, assim, o interesse do público.
Surfe na Escócia - WQS
Russel Winter, que tem nome apropriado para as geladas ondas da
etapa, foi o vencedor do inédito cinco estrelas em Thurso. Bernardo
Pigmeu, de PE, ficou em segundo, e Jihad Kohdr, do PR, em quinto.
Só deu Paraná no Ceará
O paranaense Wagner Ramos venceu a 1ª etapa do Brasileiro de skate, categoria street, em Sobral. Seus conterrâneos Rodil "Ferrugem" e
Daniel Vieira ficaram em segundo e terceiro, respectivamente.
Surfe sub-18 e sub-16
O Quiksilver ISA World Júnior começa no sábado em Maresias, SP,
com 28 países. Será a quarta edição do torneio entre países e a primeira no Brasil. Categorias masculina e feminina estarão em disputa.
E-mail sarli@trip.com.br
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