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FUTEBOL
Time decide vida na Libertadores em situação similar à de 2003, quando caiu ante o River Plate e entrou em crise
Corinthians joga para espantar déjà vu
EDUARDO ARRUDA
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
"Temos a favor a torcida, a força
do nosso time e ainda 90 minutos
para reverter esse quadro." O ano
é 2003. E a declaração é do zagueiro Fábio Luciano, um dia antes de
enfrentar o River Plate na partida
decisiva das oitavas-de-final da
Taça Libertadores da América.
"Nosso time é muito superior
ao deles. Tenho certeza de que vamos nos classificar. Temos de
pensar só no lado bom." A frase é
do meia Carlos Alberto na véspera de encarar o mesmo River, na
mesma fase do torneio continental, hoje, às 21h45, no Pacaembu.
A situação é quase idêntica.
Contra o algoz de 2003, o Corinthians tenta evitar uma situação
que o levou para o buraco três
anos atrás. Assim como naquela
época, os corintianos perderam o
primeiro jogo de virada, na Argentina, e são favoritos para avançar por terem time superior.
A derrota naquela época, por 2 a
1 nos dois jogos, mergulhou o clube em uma grave crise. A equipe
foi praticamente desmontada, nenhum treinador passou a durar
muito tempo, membros da diretoria saíram, e os corintianos só
voltaram a ganhar um torneio no
ano passado, quando venceram o
Campeonato Brasileiro.
Um novo fracasso nesta noite
poderá significar uma derrocada
ainda mais traumática.
Isso se explica facilmente. O Corinthians de 2006 é o mais caro da
sua história de quase 100 anos,
conta com estrelas internacionais
e enfrentará um adversário cambaleante, repleto de desfalques.
"Se não ganharmos será preciso
planejar de novo", diz o presidente da MSI, Kia Joorabchian.
Com o vultoso investimento de
R$ 150 milhões vindo da parceira,
a queda no torneio que mais deseja pode provocar uma grande reformulação na milionária equipe,
puxada por seu maior astro, Tevez. O atacante argentino, contratação mais cara do futebol brasileiro (R$ 44 milhões), já afirmou
que será difícil o Corinthians segurá-lo caso ele faça uma boa Copa do Mundo com a sua seleção.
Kia promete manter Tevez após
a Copa da Alemanha, mas só em
caso de o clube seguir no torneio.
Para evitar um desmanche, não
resta outra alternativa ao time senão bater o rival.
Como perdeu a partida de ida
em Buenos Aires por 3 a 2, basta
uma vitória por 1 a 0 ou 2 a 1 para
seguir às quartas. Um triunfo por
3 a 2 leva à decisão da vaga para os
pênaltis, possibilidade rechaçada
pelos corintianos.
O discurso de Geninho, em
2003, e o de Ademar Braga, agora,
também se assemelham. O técnico que foi demitido pouco tempo
depois da eliminação no Morumbi falava, à exaustão, sobre a importância do título. Braga não alterou o tom. "Nós temos elenco
para vencer a Libertadores."
Da mesma forma que o colega,
Braga não terá um atleta importante no jogo decisivo por expulsão em Buenos Aires. Em 2003, o
lateral Kléber desfalcou o time alvinegro. Hoje, o Corinthians não
terá o volante Mascherano.
O termômetro da ambição corintiana atrás da inédita taça já levantada pelo clube argentino pode ser medido pela procura dos
ingressos. Todos os 31.800 bilhetes foram comercializados, e o estádio estará lotado, assim como
nas outros jogos do time em casa.
O vencedor da série entre Corinthians e River Plate enfrenta
nas quartas-de-final da Libertadores o sobrevivente do confronto entre os paraguaios do Libertad
e os mexicanos do Tigre.
Colaborou Tales Torraga,
da Reportagem Local
NA TV - Sportv, ao vivo, a
partir das 21h45
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