Diante do Botafogo, time rubro-negro tenta conquistar seu 30º Estadual e igualar Fluminense, maior vencedor até hoje

No Rio, clube rubro-negro, que deve ver adeus de Joel Santana, tem mais taças do Brasileiro, da Copa do Brasil e de torneios internacionais

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO

Se pelo menos empatar com o Botafogo, o Flamengo obtém a supremacia que lhe falta dentro do Rio de Janeiro. O resultado representará o 30º título Estadual para os rubro-negros, o que o igualará ao Fluminense.
A vantagem do empate é decorrente da vitória do Flamengo por 1 a 0, no primeiro jogo da decisão, com gol de Obina.
Entre os cariocas, a equipe da Gávea já tem o maior número de Brasileiros, quatro, ao lado do Vasco. Suas duas Copas do Brasil não são igualadas pelos rivais locais. E, no Estado, o Flamengo é o único com título Mundial - e ganhou uma Libertadores, como os vascaínos.
Nos confrontos diretos, os rubro-negros também superam os três rivais no Estado. São 12 vitórias a mais do que o Botafogo na série histórica.
Só é superado pelos adversários locais em torneios extintos, como o Rio-São Paulo e o Campeonato Sul-Americano.
Neste século, ganhou três Estaduais em sete anos -pode ganhar o bicampeonato hoje.
Já o Botafogo busca seu 19º Estadual. Quarto maior ganhador no Estado, se aproximaria do Vasco, que tem 22 títulos.
Personagem da decisão, o técnico rubro-negro Joel Santana levantou troféus tanto em seu atual time quanto no Botafogo. Ele pode ganhar seu sexto Estadual -conquistou títulos com os quatro grandes.
Depois, sairá para dirigir a África do Sul, sede da Copa 2010. Durante a semana, ele disse querer "empurrar com a barriga" a despedida. Não quer mostrar o "lado emotivo".
"A minha vida aqui no Flamengo não vai ser julgada em um só jogo, mas nesses nove meses de trabalho. Mas eu não estou pensando nessa minha prematura saída".
O técnico treinou o Flamengo por quatro vezes. Em 2005, tirou o time da zona de rebaixamento ao assumir a dez rodadas do fim do torneio. Na atual passagem, tirou a equipe da zona do rebaixamento e a levou ao terceiro lugar no Brasileiro-2007 e à Libertadores.
"Principalmente por causa dessa caminhada com o Flamengo, a saída machuca", disse Joel, que pretende voltar a acordar de madrugada para assistir aos jogos do time, como fazia no Japão. "A melhor coisa é ter vontade de voltar".
Em sua última semana no clube, Joel só comandou treino na segunda-feira. É que, na terça-feira, a equipe foi ao México para vencer o América, pela Libertadores. Depois, os jogadores foram poupados.
Seu acordo com a confederação sul-africana prevê uma entrevista coletiva na terça-feira. A diretoria do Flamengo tenta mantê-lo até quarta-feira para o segundo jogo das oitavas-de-final da Libertadores. A intenção é que Joel comande o time com o novo técnico para auxiliar na transição. "Fico até quando puder", disse ele, que, hoje, tem dúvida entre escalar Marcinho ou Renato Augusto.
"A maior homenagem que a gente pode prestar é correr", disse o capitão da equipe, Fábio Luciano, sobre Joel.