São Paulo, segunda-feira, 04 de maio de 2009

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Em crise, basquete pode mudar de mãos após 12 anos

Carlos Nunes disputa a presidência com Gerasime Bozikis, cuja longa gestão foi marcada pelo declínio da modalidade

Oposição tem sua base de apoio no Centro-Oeste e no Sul, além de ter suporte de São Paulo, ex-aliado do mandante da entidade


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Jóquei Clube do Rio recebe hoje a que promete ser a mais acirrada eleição na Confederação Brasileira de Basquete desde que o atual presidente, Gerasime Bozikis, o Grego, assumiu o cargo, em 1997.
Grego, que tenta o quarto mandato, tem como rival um ex-aliado, Carlos Nunes, presidente da federação gaúcha.
A disputa de poder acontece em momento complicado para a modalidade. A seleção masculina não se classificou para Olimpíadas na gestão Grego.
A equipe feminina, vice em Atlanta-96, o último antes de o dirigente ascender ao poder, ficou em penúltimo em Pequim-08, ficando à frente só do Mali.
Os maus resultados fizeram o Comitê Olímpico Brasileiro diminuir a verba destinada ao basquete por meio da Lei Piva, que repassa parte da arrecadação das loterias. Em 2008, a modalidade recebeu R$ 2,3 milhões. Neste ano, R$ 1,7 milhão.
Percebendo o bom momento para lançar sua candidatura, Nunes, até o início do ano assessor especial da presidência da CBB, rompeu com Grego e costurou apoios principalmente no Sul e no Centro-Oeste.
Nos últimos dias, também conquistou o respaldo do presidente da federação paulista, Toni Chakmati, outro ex-membro da diretoria da CBB e ex-candidato à presidência -desistiu do pleito no mês passado.
"Hoje temos 15 votos. Para evitar percalços, quero fechar em 17", diz Nunes, que se aliou à Brunoro Sports, empresa de marketing que atuou na CBB com Grego. O número, segundo membros da oposição, já foi alcançado -26 votam.
O grupo que comanda a CBB rachou há pelo menos dois anos, quando Chakmati, então diretor da relações internacionais, deixou o cargo por desavenças com o presidente.
Apesar das defecções, o atual mandatário acredita que arregimentou votos suficientes. Ele centrou campanha nos últimos dias no Nordeste e no Norte.
Seu principal trunfo é a renovação do patrocínio da Eletrobrás até 2012, por R$ 11 milhões em 2009 e verba equivalente nos próximos anos. Membros da oposição teme que a CBB use a verba para angariar votos.
Procurado pela reportagem, Grego afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só falaria após o pleito.


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