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Erro de árbitro tira seleção do sufoco, permite virada e segura Brasil no trilho
Os craques da rodada
France Presse
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Ronaldo, autor do primeiro gol do Brasil, e o juiz Kim Young-joo |
FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A ULSAN
Ronaldo marcou, Rivaldo também, mas quem decidiu a vitória
do Brasil por 2 a 1 sobre a Turquia,
ontem, na estréia da seleção na
Copa, foi o sul-coreano Kim
Young-joo. Árbitro da partida, ele
marcou um pênalti que não existiu a favor dos brasileiros -do
qual saiu o gol que selou o placar- e ignorou pelo menos um
outro cometido pela seleção.
Os turcos, que saíram na frente,
tiveram dois atletas expulsos.
Tudo aconteceu às vistas de Joseph Blatter, presidente da Fifa,
João Havelange, seu antecessor, e
Ricardo Teixeira, presidente da
CBF e vice-presidente da Comissão de Arbitragem do órgão.
Os três estavam juntos nas tribunas do estádio Munsu, em Ulsan, e presenciaram não só a mãozinha do juiz -que prometera
uma arbitragem "amiga" em entrevista à Folha, na semana passada-, mas também um show de
malandragem dos brasileiros.
Num Mundial que promete rigor com as encenações em campo, Kim caiu feito um patinho no
teatro de Luizão, que foi derrubado fora da área e imediatamente
levou a bola à marca do pênalti, e
Rivaldo, que simulou ter sido no
rosto uma bolada em sua perna,
causando a expulsão de um turco.
A estréia teve os ingredientes
dos times de Luiz Felipe Scolari. O
técnico queria que o árbitro encerrasse o jogo antes do tempo e
ficou nervoso à beira do gramado.
Mas nem isso, nem a experiência de Cafu, a quem foi repassada
a faixa de capitão após o corte de
Emerson, tornaram mais tranquilo o primeiro jogo na Copa. Após
o drama das eliminatórias, o trauma das CPIs e as novelas de seus
maiores craques, Ronaldo e Rivaldo -redimidos ontem com um
gol cada-, a virada parece alertar
que o sofrimento não acabou.
Sobra um consolo: com o resultado, o Brasil completou 68 anos
de invencibilidade em estréias em
Copas -a última derrota foi para
a Espanha (1 a 3), em 1934.
Mais do que isso: venceu a partida contra a Turquia, que era
apontada pelos atletas como o jogo-chave do Brasil no grupo C.
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