São Paulo, terça-feira, 04 de junho de 2002

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Erro de árbitro tira seleção do sufoco, permite virada e segura Brasil no trilho

Os craques da rodada

France Presse
Ronaldo, autor do primeiro gol do Brasil, e o juiz Kim Young-joo


FÁBIO VICTOR
FERNANDO MELLO
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A ULSAN

Ronaldo marcou, Rivaldo também, mas quem decidiu a vitória do Brasil por 2 a 1 sobre a Turquia, ontem, na estréia da seleção na Copa, foi o sul-coreano Kim Young-joo. Árbitro da partida, ele marcou um pênalti que não existiu a favor dos brasileiros -do qual saiu o gol que selou o placar- e ignorou pelo menos um outro cometido pela seleção.
Os turcos, que saíram na frente, tiveram dois atletas expulsos.
Tudo aconteceu às vistas de Joseph Blatter, presidente da Fifa, João Havelange, seu antecessor, e Ricardo Teixeira, presidente da CBF e vice-presidente da Comissão de Arbitragem do órgão.
Os três estavam juntos nas tribunas do estádio Munsu, em Ulsan, e presenciaram não só a mãozinha do juiz -que prometera uma arbitragem "amiga" em entrevista à Folha, na semana passada-, mas também um show de malandragem dos brasileiros.
Num Mundial que promete rigor com as encenações em campo, Kim caiu feito um patinho no teatro de Luizão, que foi derrubado fora da área e imediatamente levou a bola à marca do pênalti, e Rivaldo, que simulou ter sido no rosto uma bolada em sua perna, causando a expulsão de um turco.
A estréia teve os ingredientes dos times de Luiz Felipe Scolari. O técnico queria que o árbitro encerrasse o jogo antes do tempo e ficou nervoso à beira do gramado.
Mas nem isso, nem a experiência de Cafu, a quem foi repassada a faixa de capitão após o corte de Emerson, tornaram mais tranquilo o primeiro jogo na Copa. Após o drama das eliminatórias, o trauma das CPIs e as novelas de seus maiores craques, Ronaldo e Rivaldo -redimidos ontem com um gol cada-, a virada parece alertar que o sofrimento não acabou.
Sobra um consolo: com o resultado, o Brasil completou 68 anos de invencibilidade em estréias em Copas -a última derrota foi para a Espanha (1 a 3), em 1934.
Mais do que isso: venceu a partida contra a Turquia, que era apontada pelos atletas como o jogo-chave do Brasil no grupo C.



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