|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GRUPO C/ ONTEM
Time joga torto, marcação total fracassa, esquema tático rui, mas vitória vem
Seleção esquece os ensaios e falha no ataque e na defesa
DOS ENVIADOS A ULSAN
Apesar de a seleção ter conseguido a primeira vitória na Copa,
os jogadores esquecerem as três
semanas de ensaio comandadas
pelo técnico Luiz Felipe Scolari ao
entrar no estádio Munsu.
Nada funcionou como planejado pelo treinador desde as prometidas blitze até o entrosamento
do trio de ataque formado por
Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho.
"O mais importante foi o fato de
que tivemos forças para virar. É
sempre difícil começar uma Copa
do Mundo", declarou o atacante
Ronaldo, autor do primeiro gol da
seleção no Mundial.
Para a partida contra a China,
sábado, Ronaldo acredita que o time estará mais ""leve".
A principal surpresa tática prevista por Scolari, a ""marcação total", não aconteceu. As ensaiadas
blitze, como o técnico apelidou a
marcação da seleção desde o ataque com Ronaldo e Rivaldo até a
defesa, foi um fracasso. Em nenhum momento os jogadores
ofensivos repetiram a forte marcação ensaiada nos treinos.
Nos dias de preparação para a
partida contra a Turquia, Scolari
cobrava dos atletas que as blitze
ocorressem pelo menos quatro
vezes durante a partida. Segundo
o treinador, cada uma deveria durar cerca de dez minutos. O treinador disse que vai cobrar as blitze na partida contra os chineses.
O prometido esquema equilibrado montado por Scolari também não se viu no estádio Munsu.
A seleção jogou torta durante
toda a partida. No primeiro tempo, o time atacou praticamente
pelo lado direito do campo, com o
meia Juninho e o lateral Cafu. O
meia-atacante Rivaldo e o lateral
Roberto Carlos ficaram praticamente esquecidos.
No segundo tempo, a equipe
caiu toda para o lado esquerdo.
Com Rivaldo mais recuado para o
meio-campo, as jogadas começaram a surgir pelo outro lado. A
entrada de Denílson, que deu 8
dos 33 dribles do Brasil, melhorou
ainda mais o time pela esquerda.
""Fomos melhor no primeiro
tempo. No segundo, jogamos pior
e fizemos os gols", disse Juninho,
reconhecendo que a equipe não
fez uma boa estréia.
Defesa vulnerável
O esquema de cobertura dos
três zagueiros também fracassou.
Eles ficaram quase sempre apavorados quando os atacantes adversários atacavam pelas pontas.
Sem Emerson, o bloqueio no
meio ficou vulnerável. O time levou o gol numa saída errada de
Juninho. Ele perdeu a bola que
deu início à jogada do gol turco.
""É uma falha que a gente não
pode ter, sair jogando com a bola
dessa forma. Até porque o erro,
vocês viram, pode complicar a
equipe", disse o goleiro Marcos.
As jogadas ensaiadas por Scolari também decepcionaram. Os zagueiros Lúcio e Edmilson, que
eram as principais armas do treinador nos escanteios, não levaram perigo ao gol adversário.
As cobranças de laterais ensaiadas por Roberto Carlos não surpreenderam os turcos. Rivaldo,
que era a peça central da jogada,
quase não acertou a bola.
Os três ""erres" também tiveram
atuação irregular. Mesmo com os
gols de Ronaldo e Rivaldo, o trio
de ataque ainda não desencantou.
Deu tudo errado no até aqui
mais faltoso jogo da Copa (41 infrações, 19 do Brasil), menos o resultado. Apesar da atuação, Scolari deve manter o time, que pode se
classificar antecipadamente para
a segunda fase se bater a China.
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)
Texto Anterior: Tostão: Bom início, apesar das ressalvas Próximo Texto: Lance a Lance Índice
|