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Jogadores impõem Cafu como novo capitão
DOS ENVIADOS A ULSAN
Cafu foi aclamado por seus pares. Foram os jogadores, e não o
técnico Luiz Felipe Scolari, que escolheram o lateral para ocupar a
vaga de capitão deixada pelo volante Emerson, cortado.
Scolari fez um consulta aos jogadores e referendou a indicação,
mas, segundo a Folha apurou, tinha preferência por outro atleta, o
zagueiro Roque Júnior, seu homem de confiança nos tempos
em que dirigia o Palmeiras.
"Superamos o problema do
Emerson com a concordância e a
boa vontade dos outros atletas
que, quando solicitados a me ajudar no encaminhamento de um
capitão, assim o fizeram", disse.
O nome de Cafu também foi
"trabalhado" pelo lesionado
Emerson, amigo pessoal do lateral da Roma. Diante dos apelos, o
técnico, apesar de personalista, ficou sem opção e teve de acatar a
decisão da maioria em favor do
veterano, que completou ontem
114 partidas oficiais com a camisa
amarela e igualou o recorde do
goleiro Taffarel.
Dentro de campo na estréia na
Copa, Cafu exibiu um comportamento diferente do apresentado
por seu amigo quando ele envergava a braçadeira de capitão.
"São dois estilos completamente diferentes. Sou bem mais tranquilo, mais sossegado."
Uma das restrições de Scolari a
Cafu era a de que o jogador atua
em uma posição desfavorável para um capitão, a lateral do campo.
Na visão do técnico, a função é
melhor exercida por um atleta
que enxerga o jogo de frente, como os zagueiros e os volantes.
Segundo Scolari, defensores
também têm mais condições de
montar uma eficiente rede de informações, que integre as duas laterais e o ataque. Mas o "calado"
Cafu disse já ter encontrado uma
fórmula sem precisar de gritaria.
"Vou passando a palavra, orientando os homens do meio-campo
e pedindo a eles que cheguem até
o outro lado. Desse jeito, o entrosamento fica mais fácil", afirmou.
Assim, a responsabilidade de
gritar dentro de campo foi diluída
entre os 11 titulares. "Deu tudo
certo, todo mundo orientou todo
mundo. O grupo estava muito
unido e determinado na busca da
vitória. Isso foi fundamental",
afirmou o zagueiro Lúcio.
Mas, fora de campo, Emerson,
que ainda permanece integrado à
seleção e pode ficar com ela até o
final da Copa, berrou à vontade.
O volante assistiu à partida do
banco de reservas e orientou o time ao lado de Scolari. Quando o
juiz apitou o final, ele foi um dos
que mais comemoraram.
Segundo os atletas, o volante
também falou ao grupo no intervalo da partida, quando a equipe
ainda perdia de 1 a 0.
Na noite anterior ao jogo, Emerson e Cafu conversaram em particular no hotel em que a seleção está hospedada. "Batemos um papo
de quase 40 minutos. Foi um papo
bastante agradável", afirmou o lateral da Roma.
(FV, FM, JAB e SR)
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