São Paulo, terça-feira, 04 de junho de 2002

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Jogadores impõem Cafu como novo capitão

DOS ENVIADOS A ULSAN

Cafu foi aclamado por seus pares. Foram os jogadores, e não o técnico Luiz Felipe Scolari, que escolheram o lateral para ocupar a vaga de capitão deixada pelo volante Emerson, cortado.
Scolari fez um consulta aos jogadores e referendou a indicação, mas, segundo a Folha apurou, tinha preferência por outro atleta, o zagueiro Roque Júnior, seu homem de confiança nos tempos em que dirigia o Palmeiras.
"Superamos o problema do Emerson com a concordância e a boa vontade dos outros atletas que, quando solicitados a me ajudar no encaminhamento de um capitão, assim o fizeram", disse.
O nome de Cafu também foi "trabalhado" pelo lesionado Emerson, amigo pessoal do lateral da Roma. Diante dos apelos, o técnico, apesar de personalista, ficou sem opção e teve de acatar a decisão da maioria em favor do veterano, que completou ontem 114 partidas oficiais com a camisa amarela e igualou o recorde do goleiro Taffarel.
Dentro de campo na estréia na Copa, Cafu exibiu um comportamento diferente do apresentado por seu amigo quando ele envergava a braçadeira de capitão.
"São dois estilos completamente diferentes. Sou bem mais tranquilo, mais sossegado."
Uma das restrições de Scolari a Cafu era a de que o jogador atua em uma posição desfavorável para um capitão, a lateral do campo. Na visão do técnico, a função é melhor exercida por um atleta que enxerga o jogo de frente, como os zagueiros e os volantes.
Segundo Scolari, defensores também têm mais condições de montar uma eficiente rede de informações, que integre as duas laterais e o ataque. Mas o "calado" Cafu disse já ter encontrado uma fórmula sem precisar de gritaria.
"Vou passando a palavra, orientando os homens do meio-campo e pedindo a eles que cheguem até o outro lado. Desse jeito, o entrosamento fica mais fácil", afirmou.
Assim, a responsabilidade de gritar dentro de campo foi diluída entre os 11 titulares. "Deu tudo certo, todo mundo orientou todo mundo. O grupo estava muito unido e determinado na busca da vitória. Isso foi fundamental", afirmou o zagueiro Lúcio.
Mas, fora de campo, Emerson, que ainda permanece integrado à seleção e pode ficar com ela até o final da Copa, berrou à vontade.
O volante assistiu à partida do banco de reservas e orientou o time ao lado de Scolari. Quando o juiz apitou o final, ele foi um dos que mais comemoraram.
Segundo os atletas, o volante também falou ao grupo no intervalo da partida, quando a equipe ainda perdia de 1 a 0.
Na noite anterior ao jogo, Emerson e Cafu conversaram em particular no hotel em que a seleção está hospedada. "Batemos um papo de quase 40 minutos. Foi um papo bastante agradável", afirmou o lateral da Roma. (FV, FM, JAB e SR)



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