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GRUPO C/ ONTEM
Embora novatos fossem maioria, seleção deve 1ª vitória aos mais experientes
Cobrados e rodados, Ronaldo e Rivaldo decidem na estréia
DOS ENVIADOS A ULSAN
O time estava cheio de novatos
em Copa do Mundo, sete jogadores, mas foram os "macacos velhos", principalmente os dois que
mais tinham a provar para os torcedores, que decidiram a partida
de estréia para o Brasil ontem.
Ronaldo, quase um veterano
aos 25 anos, e Rivaldo, 30, ambos
recém-recuperados de contusões,
não só marcaram os gols da vitória como foram os brasileiros que
mais levaram perigo ao gol turco.
Se não brilharam, Cafu, 31, e Roberto Carlos, 29, os outros dois titulares que já contavam com experiência em Mundiais, foram no
mínimo regulares e ajudaram a
emitir os poucos gritos de alerta
ouvidos dentro de campo.
Sem modéstia, Rivaldo disse
após a partida: "É claro que a experiência vale muito. Apesar de
todos terem tarimba em seus clubes, muitos aqui estão jogando a
Copa pela primeira vez. Então,
nesse momento, eu e o Ronaldo
decidimos o jogo".
Um paralelo que comprova a
importância dos mais experientes
foi o meia-atacante Ronaldinho,
22. Maior promessa do Brasil para
a Copa e destaque nos últimos
amistosos da seleção, o jovem craque do Paris Saint-Germain parece ter sofrido com o surrado "peso da camisa amarela".
Apático na armação de jogadas,
foi a decepção entre os três "erres"
ofensivos da seleção -foi o que
menos finalizou e o que teve a menor eficiência no quesito.
Os outros dois, ao contrário,
apesar de não terem repetido as
atuações que já os levaram a serem escolhidos os melhores do
mundo, estavam exultantes com
os gols e a vitória.
"Fico muito feliz em ter sido importante para o Brasil, ainda mais
numa partida decisiva como a estréia", disse Rivaldo, eleito pela
Fifa o melhor em campo ontem. A
votação, da qual participam integrantes do grupo técnico da entidade, é uma novidade desta Copa
e acontece em todos os jogos.
Malandro na hora de cavar a expulsão de Unsal (fingiu que a bola
bateu no seu rosto), o meia-atacante foi frio ao cobrar o pênalti
que deu a vitória ao Brasil.
""Nesses momentos o torcedor
sofre mais que o batedor. Você
tem que estar tranquilo nessa hora para fazer o gol", afirmou Rivaldo, que não marcava pela seleção desde novembro do ano passado, na vitória sobre a Venezuela
que classificou o Brasil à Copa.
Ronaldo não fez um mau primeiro tempo, mas só decidiu na
segunda etapa, quando esteve
apenas 27 minutos em campo.
Mesmo ainda fora de forma, foi
o maior finalizador do Brasil no
jogo. Mesmo sem ritmo, esteve
melhor do que em sua última
apresentação pela seleção numa
Copa -a fatídica derrota para a
França na final de 98, quando teve
uma crise nervosa.
Ontem, o atacante foi substituído por Luizão porque pediu para
sair. Estava esgotado e sentia cãibras nas panturrilhas, problema
recorrente desde que voltou a jogar, após a lesão muscular que o
deixou três meses afastado.
"É só o começo. Espero mais
momentos como este. Fiquei superfeliz com o gol. Vou dormir
mais leve", disse Ronaldo, que dedicou o gol ao filho, Ronald.
O atacante da Inter de Milão
elogiou a atuação de Rivaldo e
lembrou o ponto de interseção
que o une ao meia-atacante.
"Nós dois sofremos bastante
nesta temporada. Foi bom termos
tido essa atuação", disse Ronaldo,
para depois brincar com o passe
do colega para o seu gol. "O passe
foi mais ou menos, mas me joguei
todo e consegui marcar."
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)
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