São Paulo, terça-feira, 04 de junho de 2002

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GRUPO C/ ONTEM

Embora novatos fossem maioria, seleção deve 1ª vitória aos mais experientes

Cobrados e rodados, Ronaldo e Rivaldo decidem na estréia

DOS ENVIADOS A ULSAN

O time estava cheio de novatos em Copa do Mundo, sete jogadores, mas foram os "macacos velhos", principalmente os dois que mais tinham a provar para os torcedores, que decidiram a partida de estréia para o Brasil ontem.
Ronaldo, quase um veterano aos 25 anos, e Rivaldo, 30, ambos recém-recuperados de contusões, não só marcaram os gols da vitória como foram os brasileiros que mais levaram perigo ao gol turco.
Se não brilharam, Cafu, 31, e Roberto Carlos, 29, os outros dois titulares que já contavam com experiência em Mundiais, foram no mínimo regulares e ajudaram a emitir os poucos gritos de alerta ouvidos dentro de campo.
Sem modéstia, Rivaldo disse após a partida: "É claro que a experiência vale muito. Apesar de todos terem tarimba em seus clubes, muitos aqui estão jogando a Copa pela primeira vez. Então, nesse momento, eu e o Ronaldo decidimos o jogo".
Um paralelo que comprova a importância dos mais experientes foi o meia-atacante Ronaldinho, 22. Maior promessa do Brasil para a Copa e destaque nos últimos amistosos da seleção, o jovem craque do Paris Saint-Germain parece ter sofrido com o surrado "peso da camisa amarela".
Apático na armação de jogadas, foi a decepção entre os três "erres" ofensivos da seleção -foi o que menos finalizou e o que teve a menor eficiência no quesito.
Os outros dois, ao contrário, apesar de não terem repetido as atuações que já os levaram a serem escolhidos os melhores do mundo, estavam exultantes com os gols e a vitória.
"Fico muito feliz em ter sido importante para o Brasil, ainda mais numa partida decisiva como a estréia", disse Rivaldo, eleito pela Fifa o melhor em campo ontem. A votação, da qual participam integrantes do grupo técnico da entidade, é uma novidade desta Copa e acontece em todos os jogos.
Malandro na hora de cavar a expulsão de Unsal (fingiu que a bola bateu no seu rosto), o meia-atacante foi frio ao cobrar o pênalti que deu a vitória ao Brasil.
""Nesses momentos o torcedor sofre mais que o batedor. Você tem que estar tranquilo nessa hora para fazer o gol", afirmou Rivaldo, que não marcava pela seleção desde novembro do ano passado, na vitória sobre a Venezuela que classificou o Brasil à Copa.
Ronaldo não fez um mau primeiro tempo, mas só decidiu na segunda etapa, quando esteve apenas 27 minutos em campo.
Mesmo ainda fora de forma, foi o maior finalizador do Brasil no jogo. Mesmo sem ritmo, esteve melhor do que em sua última apresentação pela seleção numa Copa -a fatídica derrota para a França na final de 98, quando teve uma crise nervosa.
Ontem, o atacante foi substituído por Luizão porque pediu para sair. Estava esgotado e sentia cãibras nas panturrilhas, problema recorrente desde que voltou a jogar, após a lesão muscular que o deixou três meses afastado.
"É só o começo. Espero mais momentos como este. Fiquei superfeliz com o gol. Vou dormir mais leve", disse Ronaldo, que dedicou o gol ao filho, Ronald.
O atacante da Inter de Milão elogiou a atuação de Rivaldo e lembrou o ponto de interseção que o une ao meia-atacante.
"Nós dois sofremos bastante nesta temporada. Foi bom termos tido essa atuação", disse Ronaldo, para depois brincar com o passe do colega para o seu gol. "O passe foi mais ou menos, mas me joguei todo e consegui marcar." (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)



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