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GRUPO C/ ONTEM
Vídeo com comemorações substitui psicóloga
Scolari usa imagens de gol para motivar time
DOS ENVIADOS A ULSAN
Sem poder contar com a ajuda
da psicóloga Regina Brandão na
comissão técnica e de outros
"motivadores" em solo coreano, o
técnico Luiz Felipe Scolari utilizou imagens de torcedores brasileiros festejando gols em Mundiais anteriores para levantar o
ânimo do grupo antes da estréia
contra a Turquia na Copa-2002.
O vídeo, preparado ainda no
Brasil, foi mostrado aos atletas no
hotel Hyundai pouco antes da saída da delegação, às 16h locais.
O treinador gaúcho, entusiasta
de técnicas motivacionais, também colocou o ex-meia Leonardo
para conversar com os jogadores.
O ex-ídolo são-paulino disputou duas Copas -foi campeão
em 1994 e vice em 1998- e falou
com o time brasileiro em dois
momentos: pouco depois do traumático corte do volante e ex-capitão Emerson, na noite anterior ao
jogo, e na manhã da estréia.
"Foi coisa íntima, uma coisa
nossa", limitou-se a dizer Leonardo, que chegou a ser convocado
por Scolari quando ainda atuava.
Pagando a psicóloga do próprio
bolso após o veto da cúpula da
CBF -que temia a repetição do
fiasco da época de Suzy Fleury-,
Scolari também viu frustrado seu
plano de convidar um "motivador" para falar com os atletas.
O uso de pessoas que nada têm
a ver com o grupo para incentivar
os jogadores é uma constante na
carreira do treinador gaúcho.
Nos tempos de Palmeiras, em
que foi campeão da Copa do Brasil (1998) e da Libertadores (1999),
ele "convocou" nomes como o
jornalista Joelmir Beting e José
Roberto Guimarães, técnico campeão olímpico em Barcelona-92
com a seleção masculina de vôlei.
Ontem, após a partida, Scolari
elogiou o poder de recuperação
de seus pupilos. "É difícil tomar
um gol aos 47min e ir para o vestiário tranquilizar a equipe. A
gente conseguiu contar com a
ajuda dos jogadores. Eles entenderam que estavam bem e voltaram melhor", disse o treinador.
Para o técnico gaúcho, a principal falha da seleção em campo foi
no arremate. "O que precisa melhorar são as finalizações. O resto
é fácil corrigir", declarou.
Entre os jogadores, foi uníssona
a impressão de que o mais importante da partida foi o poder de
reação mostrado pelo Brasil.
"O fundamental foi o fato de
que tivemos forças para vencer. É
sempre difícil começar com o placar adverso", disse Ronaldo.
A virada de ontem, a primeira
do Mundial Coréia/Japão, foi a 11ª
do Brasil em Copas, desde 1930.
Parte dos atletas concordou
com Scolari sobre as finalizações.
"Fizemos tudo certo no primeiro tempo, só faltou o gol. Temos
que, a partir da segunda rodada,
fazer logo o primeiro para depois
concretizar a vitória", afirmou o
meia Juninho, que ganhou nos
treinos a posição de Kleberson.
De acordo com o Datafolha, o
Brasil errou 9 dos 20 chutes (aproveitamento de 45%) que desferiu
contra o goleiro Recber, destaque
do time turco. O jogador que mais
finalizou foi Ronaldo -quatro
chutes certos e três errados.
O meia-atacante Rivaldo, no entanto, atribuiu à boa performance
de Recber a dificuldade de marcar
no primeiro tempo. "Tem que ver
que do outro lado tem goleiro. E
ele foi muito bem."
(FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)
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