São Paulo, terça-feira, 04 de junho de 2002

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GRUPO C/ ONTEM

Vídeo com comemorações substitui psicóloga

Scolari usa imagens de gol para motivar time

DOS ENVIADOS A ULSAN

Sem poder contar com a ajuda da psicóloga Regina Brandão na comissão técnica e de outros "motivadores" em solo coreano, o técnico Luiz Felipe Scolari utilizou imagens de torcedores brasileiros festejando gols em Mundiais anteriores para levantar o ânimo do grupo antes da estréia contra a Turquia na Copa-2002.
O vídeo, preparado ainda no Brasil, foi mostrado aos atletas no hotel Hyundai pouco antes da saída da delegação, às 16h locais.
O treinador gaúcho, entusiasta de técnicas motivacionais, também colocou o ex-meia Leonardo para conversar com os jogadores.
O ex-ídolo são-paulino disputou duas Copas -foi campeão em 1994 e vice em 1998- e falou com o time brasileiro em dois momentos: pouco depois do traumático corte do volante e ex-capitão Emerson, na noite anterior ao jogo, e na manhã da estréia.
"Foi coisa íntima, uma coisa nossa", limitou-se a dizer Leonardo, que chegou a ser convocado por Scolari quando ainda atuava.
Pagando a psicóloga do próprio bolso após o veto da cúpula da CBF -que temia a repetição do fiasco da época de Suzy Fleury-, Scolari também viu frustrado seu plano de convidar um "motivador" para falar com os atletas.
O uso de pessoas que nada têm a ver com o grupo para incentivar os jogadores é uma constante na carreira do treinador gaúcho.
Nos tempos de Palmeiras, em que foi campeão da Copa do Brasil (1998) e da Libertadores (1999), ele "convocou" nomes como o jornalista Joelmir Beting e José Roberto Guimarães, técnico campeão olímpico em Barcelona-92 com a seleção masculina de vôlei.
Ontem, após a partida, Scolari elogiou o poder de recuperação de seus pupilos. "É difícil tomar um gol aos 47min e ir para o vestiário tranquilizar a equipe. A gente conseguiu contar com a ajuda dos jogadores. Eles entenderam que estavam bem e voltaram melhor", disse o treinador.
Para o técnico gaúcho, a principal falha da seleção em campo foi no arremate. "O que precisa melhorar são as finalizações. O resto é fácil corrigir", declarou.
Entre os jogadores, foi uníssona a impressão de que o mais importante da partida foi o poder de reação mostrado pelo Brasil.
"O fundamental foi o fato de que tivemos forças para vencer. É sempre difícil começar com o placar adverso", disse Ronaldo.
A virada de ontem, a primeira do Mundial Coréia/Japão, foi a 11ª do Brasil em Copas, desde 1930.
Parte dos atletas concordou com Scolari sobre as finalizações.
"Fizemos tudo certo no primeiro tempo, só faltou o gol. Temos que, a partir da segunda rodada, fazer logo o primeiro para depois concretizar a vitória", afirmou o meia Juninho, que ganhou nos treinos a posição de Kleberson.
De acordo com o Datafolha, o Brasil errou 9 dos 20 chutes (aproveitamento de 45%) que desferiu contra o goleiro Recber, destaque do time turco. O jogador que mais finalizou foi Ronaldo -quatro chutes certos e três errados.
O meia-atacante Rivaldo, no entanto, atribuiu à boa performance de Recber a dificuldade de marcar no primeiro tempo. "Tem que ver que do outro lado tem goleiro. E ele foi muito bem." (FÁBIO VICTOR, FERNANDO MELLO, JOSÉ ALBERTO BOMBIG E SÉRGIO RANGEL)


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