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GRUPO B
Fifa computa infração não assinalada pelo juiz e estraga marca de atleta paraguaio
Gamarra vê jogo limpo acabar por erro estatístico
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GWANGJU
Um erro na apuração das estatísticas oficiais da Copa-2002 tirou do zagueiro paraguaio Gamarra a chance de estender sua
incrível marca de fair play.
No jogo contra a África do Sul, a
entidade que controla o futebol
atribuiu ao jogador paraguaio
uma falta que não aconteceu.
Com isso, após cinco partidas e
quase 500 minutos seguidos, Gamarra cometeu sua primeira falta
em jogos válidos por Mundiais.
O equívoco estatístico aconteceu por causa de um lance aos
27min do primeiro tempo, quando o zagueiro deu um chute para
tentar roubar a bola do goleiro adversário, sem acertá-lo.
O juiz Lubos Michel, da Eslovênia, não marcou a falta, tanto que
o sul-africano recolocou a bola
em jogo sem colocá-la no chão,
como manda a regra em caso de
uma infração. Mas a infração foi
lançada assim mesmo nas anotações oficiais da partida.
No mesmo confronto, a Fifa se
atrapalhou para indicar o real autor do primeiro gol da África do
Sul, que acabou designado de vez
para Mokoena.
Para o Mundial de 2002, a entidade presidida pelo suíço Joseph
Blatter fez seu maior investimento na elaboração de estatísticas.
Nos estádios japoneses e sul-coreanos, os números dos jogos são
atualizados imediatamente após
cada lance, como uma falta ou
uma finalização, como acontece
nas ligas profissionais de esportes
nos EUA, como a NBA (basquete)
e a NFL (futebol americano).
Depois de apurados, eles entram na rede interna da Fifa para a
Copa, que foi projetada por uma
empresa espanhola e serve a jornalistas e às seleções.
Sistema tão moderno, entretanto, não foi capaz de manter a
chance de Gamarra, 31, terminar
seu segundo Mundial dando aulas de como jogar limpo.
Vítima
Além da Copa-98, ele já havia
mostrado seu estilo leal quando
defendeu o Corinthians. Na conquista do título brasileiro de 1998,
ele teve média de faltas inferior a
1,3 por confronto. Na mesma
competição, outros zagueiros cometeram em média três infrações.
Contra a África do Sul, Gamarra, na verdade, esteve muito mais
para vítima da violência. Saindo
para o jogo com a bola dominada,
ele sofreu cinco faltas, a segunda
maior marca da sua equipe no
confronto, válido pelo Grupo B.
Para o paraguaio, que deve trocar o futebol grego pela Inter de
Milão na próxima temporada,
resta o consolo de permanecer
sem ser advertido em Copas. Ele
não recebeu nenhum cartão.
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