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São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2003

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Devido ao desgaste físico e emocional dos jogadores, Leão "alivia" para semifinal da Libertadores

Contra o peso da história, Santos adota tática light

Fernando Santos/Folha Imagem
Robinho e Diego, a dupla mais badalada do Santos, brincam em treino para a semifinal de hoje


FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Em vez de criar estratégias mirabolantes, o técnico Emerson Leão preferiu simplificar a preparação do Santos para a primeira partida da semifinal da Libertadores da América, hoje, às 21h40, contra o Independiente Medellín, da Colômbia, na Vila Belmiro.
O time tenta voltar depois de 40 anos à final do mais importante interclubes do continente, que foi conquistado pela lendária equipe de Pelé em 1962 e 1963.
Com a equipe fisicamente desgastada, embora em fase ascendente, Leão optou por dar uma espécie de trégua psicológica aos jogadores após três jogos que exigiram bastante do condicionamento atlético e emocional da equipe -as vitórias sobre Internacional (2 a 1) e São Paulo (3 a 2), pelo Brasileiro, e sobre o Cruz Azul (1 a 0), pela Libertadores.
Por isso, o grupo se concentrou na manhã de ontem após o único treinamento preparatório para o jogo sem excesso de reuniões e preleções -a exceção foi a habitual fala do presidente Marcelo Teixeira no vestiário na véspera de partidas importantes.
No meio de uma maratona de jogos, viagens, concentrações e com pouco tempo para folgas e treinos, o técnico aposta mais no entrosamento consolidado em 2002 do que em instruções de última hora para o confronto que pode ser visto como o mais importante do clube nos últimos anos.
"Não gosto de dar muita informação em pouco tempo. A cabeça não foi feita para aprender tudo em 24 horas. Então prefiro não encher a cabeça do atleta."
Até ontem, o zagueiro Alex, por exemplo, desconhecia os atacantes com os quais vai se defrontar. "Hoje [ontem] é que ouvi falar de um atacante alto que eles têm. Mas não o conheço", afirmou.
Segundo o zagueiro, o técnico iria estudar o adversário por meio de teipes, mas não iria exibir as fitas para os atletas. "Ele disse que vai assistir e depois passar as informações para a gente."
Embora normalmente evite divulgar antecipadamente a escalação da equipe, desta vez Leão não deverá promover surpresas. No time que bateu o São Paulo por 3 a 2, nenhum jogador foi substituído durante o jogo, e agora a formação será repetida. "Treinamos à vista de todo mundo. Nosso segredo é não ter segredo", disse.
O meia Fabiano, improvisado no ataque no clássico, será mantido no setor no lugar do artilheiro Ricardo Oliveira, que só deverá voltar a jogar na Libertadores se o Santos for à final. "Na primeira partida [no ataque], deu certo. Às vezes, sinto a falta de adaptação à posição, mas isso se compensa com a garra e a vontade."
Os santistas reagiram às declarações dadas à imprensa colombiana pelo técnico do Independiente, Víctor Luna, e pelo presidente do clube, Javier Velázquez.
Luna qualificou o Grêmio, eliminado pelo próprio Independiente nas quartas-de-final, como "a mais forte" equipe brasileira.
"Quem tem boca fala o que quer. Nós vamos jogar futebol", disse Léo, para quem as declarações dos colombianos representarão um estímulo adicional. "Mesmo que eles julguem o Grêmio melhor, terão de passar por nós se quiserem ir à final", disse Renato.
Leão se disse satisfeito com o fato de o jogo ser na Vila Belmiro. "Se temos estádio, é para jogar nele, não em outro lugar", disse.

NA TV - Globo, ao vivo, às 21h40


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