São Paulo, domingo, 04 de junho de 2006

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Copa 2006

Seleção pouco vê dupla Ronaldo e Ronaldinho

Parceria badalada atuou em menos de um terço dos jogos do Brasil desde 1999

Pelé e Garrincha, mesmo quando a seleção jogava menos, têm sete partidas a mais do que os Ronaldos e um aproveitamento maior


PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL

ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS

Juntos, eles têm cinco prêmios de melhor do mundo. São invejados pelos adversários e desejados por todos os clubes.
Com isso, a lógica diz que eles deveriam formar uma dupla para fazer história na seleção brasileira, que joga hoje, às 13h, contra a Nova Zelândia, seu último amistoso antes da Copa.
Mas o destino quis que Ronaldo e Ronaldinho jogassem juntos bem menos do que podiam com a camisa amarela.
Contusões, suspensões ou problemas com clubes fizeram com que os dois, que formaram dupla na seleção pela primeira vez em 1999, atuassem juntos desde o início de uma partida apenas 32 vezes, ou menos de um terço dos jogos da equipe nacional no período.
E isso não foi só por culpa da longa lesão de Ronaldo. Depois que Carlos Alberto Parreira assumiu, e os xarás ficaram quase sempre em forma, a seleção entrou em campo 50 vezes. Em apenas 18 o treinador escalou os Ronaldos juntos.
Outras duplas famosas, mesmo numa época em que a seleção jogava bem menos, fizeram parceria mais vezes que os xarás. Pelé e Garrincha, por exemplo, atuaram juntos 39 vezes e, juntos, nunca perderam.
Ronaldo, como protagonista, e Ronaldinho, como coadjuvante, foram campeões mundiais em 2002, mas, principalmente depois que Parreira assumiu, estão longe de formar uma dupla tão imbatível como a que fizeram Pelé e Garrincha.
Sob o comando do atual treinador, a seleção teve aproveitamento de 59% quando escalou suas duas estrelas mais cintilantes ao mesmo tempo. Quando um ou dois ficaram de fora, a performance sobe para 67%.
Sem muito entrosamento dentro de campo, o camisa 9 e o camisa 10 são muito próximos fora dele. Na Suíça, voltaram a trocar palavras de carinho, incluindo um conselho de Ronaldo para o amigo mais jovem.
"Não tenho muito o que falar, ele já é experiente, mas diria que não aceitasse mais responsabilidade do que já tem", disse o jogador do Real Madrid, 29, que ouviu de Ronaldinho, 26, a promessa de ajuda para fazer gols e voltar a ser o melhor do mundo na eleição da Fifa.
Questionado sobre a chance de fazer gols, o jogador do Barcelona disse que prefere servir os companheiros de ataque.
"Fica difícil [balançar as redes]. Aqui na seleção eu vejo o Adriano e o Ronaldo passando. Então eu toco a bola para eles."
A seleção viaja para a Alemanha logo depois do confronto contra a Nova Zelândia. O time vai ficar concentrado em Königstein até o embarque para Berlim, onde estréia, no dia 13 de junho, contra a Croácia.


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