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Copa 2006
Seleção pouco vê dupla Ronaldo e Ronaldinho
Parceria badalada atuou em menos de um terço dos jogos do Brasil desde 1999
Pelé e Garrincha, mesmo
quando a seleção jogava menos, têm sete partidas a mais do que os Ronaldos e um aproveitamento maior
PAULO COBOS
RICARDO PERRONE
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A WEGGIS
Juntos, eles têm cinco prêmios de melhor do mundo. São
invejados pelos adversários e
desejados por todos os clubes.
Com isso, a lógica diz que eles
deveriam formar uma dupla
para fazer história na seleção
brasileira, que joga hoje, às 13h,
contra a Nova Zelândia, seu último amistoso antes da Copa.
Mas o destino quis que Ronaldo e Ronaldinho jogassem
juntos bem menos do que podiam com a camisa amarela.
Contusões, suspensões ou
problemas com clubes fizeram
com que os dois, que formaram
dupla na seleção pela primeira
vez em 1999, atuassem juntos
desde o início de uma partida
apenas 32 vezes, ou menos de
um terço dos jogos da equipe
nacional no período.
E isso não foi só por culpa da
longa lesão de Ronaldo. Depois
que Carlos Alberto Parreira assumiu, e os xarás ficaram quase
sempre em forma, a seleção entrou em campo 50 vezes. Em
apenas 18 o treinador escalou
os Ronaldos juntos.
Outras duplas famosas, mesmo numa época em que a seleção jogava bem menos, fizeram
parceria mais vezes que os xarás. Pelé e Garrincha, por
exemplo, atuaram juntos 39 vezes e, juntos, nunca perderam.
Ronaldo, como protagonista,
e Ronaldinho, como coadjuvante, foram campeões mundiais em 2002, mas, principalmente depois que Parreira assumiu, estão longe de formar
uma dupla tão imbatível como
a que fizeram Pelé e Garrincha.
Sob o comando do atual treinador, a seleção teve aproveitamento de 59% quando escalou
suas duas estrelas mais cintilantes ao mesmo tempo. Quando um ou dois ficaram de fora, a
performance sobe para 67%.
Sem muito entrosamento
dentro de campo, o camisa 9 e o
camisa 10 são muito próximos
fora dele. Na Suíça, voltaram a
trocar palavras de carinho, incluindo um conselho de Ronaldo para o amigo mais jovem.
"Não tenho muito o que falar,
ele já é experiente, mas diria
que não aceitasse mais responsabilidade do que já tem", disse
o jogador do Real Madrid, 29,
que ouviu de Ronaldinho, 26, a
promessa de ajuda para fazer
gols e voltar a ser o melhor do
mundo na eleição da Fifa.
Questionado sobre a chance
de fazer gols, o jogador do Barcelona disse que prefere servir
os companheiros de ataque.
"Fica difícil [balançar as redes]. Aqui na seleção eu vejo o
Adriano e o Ronaldo passando.
Então eu toco a bola para eles."
A seleção viaja para a Alemanha logo depois do confronto
contra a Nova Zelândia. O time
vai ficar concentrado em Königstein até o embarque para
Berlim, onde estréia, no dia 13
de junho, contra a Croácia.
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