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FOCO
Neguinho da Beija-Flor puxa a fila dos 15 minutos de fama na cidade suíça
FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A WEGGIS
Para Ronaldo, Ronaldinho
e cia., a temporada de duas semanas por Weggis não passou
de mais uma etapa do trabalhoso casamento com a fama.
Para alguns outros, a notoriedade foi excepcional -bem
mais curta e por isso mesmo
bem mais saboreada.
À frente do cordão esteve
Neguinho da Beija-Flor, puxador da escola de samba que
lhe empresta o apelido. Tornou-se nesses dias numa espécie de rei de Weggis.
Neguinho foi onipresente.
Deu shows por toda a região
de Lucerna, comandou as
boas-vindas e a despedida à
seleção na Thermoplan Arena, apresentou-se com passistas antes de um amistoso
do time na Basiléia e, maior
celebridade do país na pequena vila à parte dos jogadores,
fez a alegria de milhares de
brasileiros que circularam
pela Suíça nesse período.
Zanzando na "passarela feira" perto do estádio, deu autógrafos, posou para fotos,
conversou com fãs. Amontoavam-se os brazucas que tinham uma experiência com
Neguinho para contar.
O artista foi às nuvens. Não
que seja um anônimo no Brasil. Mas, como ele próprio admite, a relação com o público
desta vez é outra. "Não consigo dar dez passos sem parar.
Seguram, conversam, pedem
foto. O assédio é bem maior."
E quem lhe proporciona tamanha satisfação não são os
suíços. "Sou celebridade é entre os brasileiros daqui."
O principal desejo de Neguinho na Suíça é promover o
samba "Brasil Rei da Bola,
Brasil Rei do Futebol", criado
para a Copa. "Não tem disco
nem gravadora. Esse samba
tá acontecendo e arrebentando na internet", diz. Passa a
página de onde se pode baixar
a música (www.neguinhoda
beijaflor.com.br), só que, ao
menos na última sexta à noite, o samba não estava lá.
Weggis foi só um aperitivo
do cantor para o Mundial, já
que, na Alemanha, ele fará
shows e participará de uma
mesa-redonda na Band.
Os 15 minutos de fama foram também experimentados pelas garotas brasileiras
tornadas famosas pelo sensacionalista "Blick" após uma
noite na boate com atletas.
Vânia Fischer, Léia Gomes
e Francielly Plüss apareceram na capa da edição de anteontem do tablóide, segurando um top autografado
por vários craques. Foi o bastante para terem sido procuradas por vários outros veículos de mídia. E, como tinham
uma barraca na feirinha
montada perto do estádio, viraram atração. "Todo mundo
quer tirar fotos, perguntar
coisas. Até falaram por aí que
querem que a gente pose para
a "Playboy'", afirmou Vânia.
Já a estudante e dançarina
Francielly ("Nome de pobre,
né?", diz. "Mas minha filha
vai se chamar Maria.") relata
que, após a reportagem, recebeu convite para ser capa do
guia cultural "Caliente" e diz
que o sucesso repentino tem
gosto dúbio. "Tá estranho,
porque essa fama de minuto
não é legal, pela forma com
que o jornal tratou a gente."
Uma quarta amiga, a dançarina Pollyana Graciana,
mostra-se desapontada por
não ter aparecido no "Blick",
embora assegure que desfrutou da companhia dos craques na discoteca. Ela mostra
a prova, um collant autografado por vários deles. E, graças ao collant, sai nas fotos.
Também houve a fama de
Sheila Soares. Aquela que invadiu o campo e deitou e rolou no gramado com Ronaldinho diante de 5.000 torcedores. Como todo famoso efêmero, Sheila já é memória e
alimenta lendas em Weggis.
Uns dizem que está no Brasil, outros falam em Zurique.
Uma parte conta que ela pagou 10 mil francos suíços
(cerca de R$ 18,9 mil) de multa, outra dá conta que foram
1.000 francos (R$ 1.890), há a
versão de que não pagou nada. A Folha até conseguiu na
passarela um celular que seria dela: só deu caixa postal.
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