São Paulo, domingo, 04 de junho de 2006

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FOCO

Neguinho da Beija-Flor puxa a fila dos 15 minutos de fama na cidade suíça

FÁBIO VICTOR
ENVIADO ESPECIAL A WEGGIS

Para Ronaldo, Ronaldinho e cia., a temporada de duas semanas por Weggis não passou de mais uma etapa do trabalhoso casamento com a fama. Para alguns outros, a notoriedade foi excepcional -bem mais curta e por isso mesmo bem mais saboreada.
À frente do cordão esteve Neguinho da Beija-Flor, puxador da escola de samba que lhe empresta o apelido. Tornou-se nesses dias numa espécie de rei de Weggis.
Neguinho foi onipresente. Deu shows por toda a região de Lucerna, comandou as boas-vindas e a despedida à seleção na Thermoplan Arena, apresentou-se com passistas antes de um amistoso do time na Basiléia e, maior celebridade do país na pequena vila à parte dos jogadores, fez a alegria de milhares de brasileiros que circularam pela Suíça nesse período.
Zanzando na "passarela feira" perto do estádio, deu autógrafos, posou para fotos, conversou com fãs. Amontoavam-se os brazucas que tinham uma experiência com Neguinho para contar.
O artista foi às nuvens. Não que seja um anônimo no Brasil. Mas, como ele próprio admite, a relação com o público desta vez é outra. "Não consigo dar dez passos sem parar. Seguram, conversam, pedem foto. O assédio é bem maior."
E quem lhe proporciona tamanha satisfação não são os suíços. "Sou celebridade é entre os brasileiros daqui."
O principal desejo de Neguinho na Suíça é promover o samba "Brasil Rei da Bola, Brasil Rei do Futebol", criado para a Copa. "Não tem disco nem gravadora. Esse samba tá acontecendo e arrebentando na internet", diz. Passa a página de onde se pode baixar a música (www.neguinhoda beijaflor.com.br), só que, ao menos na última sexta à noite, o samba não estava lá.
Weggis foi só um aperitivo do cantor para o Mundial, já que, na Alemanha, ele fará shows e participará de uma mesa-redonda na Band.
Os 15 minutos de fama foram também experimentados pelas garotas brasileiras tornadas famosas pelo sensacionalista "Blick" após uma noite na boate com atletas.
Vânia Fischer, Léia Gomes e Francielly Plüss apareceram na capa da edição de anteontem do tablóide, segurando um top autografado por vários craques. Foi o bastante para terem sido procuradas por vários outros veículos de mídia. E, como tinham uma barraca na feirinha montada perto do estádio, viraram atração. "Todo mundo quer tirar fotos, perguntar coisas. Até falaram por aí que querem que a gente pose para a "Playboy'", afirmou Vânia.
Já a estudante e dançarina Francielly ("Nome de pobre, né?", diz. "Mas minha filha vai se chamar Maria.") relata que, após a reportagem, recebeu convite para ser capa do guia cultural "Caliente" e diz que o sucesso repentino tem gosto dúbio. "Tá estranho, porque essa fama de minuto não é legal, pela forma com que o jornal tratou a gente."
Uma quarta amiga, a dançarina Pollyana Graciana, mostra-se desapontada por não ter aparecido no "Blick", embora assegure que desfrutou da companhia dos craques na discoteca. Ela mostra a prova, um collant autografado por vários deles. E, graças ao collant, sai nas fotos.
Também houve a fama de Sheila Soares. Aquela que invadiu o campo e deitou e rolou no gramado com Ronaldinho diante de 5.000 torcedores. Como todo famoso efêmero, Sheila já é memória e alimenta lendas em Weggis.
Uns dizem que está no Brasil, outros falam em Zurique. Uma parte conta que ela pagou 10 mil francos suíços (cerca de R$ 18,9 mil) de multa, outra dá conta que foram 1.000 francos (R$ 1.890), há a versão de que não pagou nada. A Folha até conseguiu na passarela um celular que seria dela: só deu caixa postal.


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