Contra o Juventude, no último jogo antes da Copa, time garante liderança se vencer onde só derrotou rival uma vez

Muricy Ramalho reforça cobrança por vitória e prevê jogo truncado em Caxias do Sul, onde gaúchos têm 66,7% de aproveitamento

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Time brasileiro com mais jogadores na seleção brasileira, o São Paulo pode garantir hoje a liderança e torcer sossegadamente para que Mineiro e Rogério consigam atuar na Copa.
O problema é que a parada em Caxias do Sul costuma ser indigesta para o Morumbi. Às 18h10, o time de Muricy Ramalho entrará no estádio Alfredo Jaconi, que só viu a camisa tricolor vencer o Juventude uma vez pelo Brasileiro.
Em sete partidas, o Juventude só perdeu uma, em 28 de julho de 2004, pelo placar de 2 a 1. Nos outros resultados, três vitórias gaúchas e três empates.
Nem força sinistra nem vocação particularmente são-paulina para o insucesso na Serra Gaúcha. A verdade é que o Juventude tem se tornado uma fria em seus congelantes domínios, segundo o Datafolha.
Na era dos pontos corridos, em que o número de jogos fora é igual ao de caseiros, o Juventude alcançou seu melhor aproveitamento em 2005, abocanhando 65,1% dos pontos disputados -foi o sexto melhor em casa. A esta altura do Brasileiro, já está melhor: 66,7% e sua única derrota foi na última rodada para a Ponte, por 1 a 0.
O que faz o São Paulo não achar que a ameaça é maior do que os números fazem crer.
"Aqui a cobrança pela vitória é diária. Precisamos entrar em campo obcecados por ela. Se apresentarmos o nosso melhor futebol, vamos conquistar esses pontos e continuar líderes", diz Muricy Ramalho, que tem por filosofia não ligar para tabus nem menosprezar o rival.
"Vai ser um dos jogos mais difíceis. Lá em Caxias tudo é complicado. Será um jogo de choque, com pressão da torcida e forte marcação", completa.
Para manter o trabalho de contenção, Muricy supre a ausência de Mineiro com Ramalho, que fez questão de parabenizar o colega pela convocação.
"Substituir um jogador como o Mineiro é uma responsabilidade muito grande. Ele merece estar lá", afirmou Ramalho, que tem consciência das dificuldades no estádio sulista.
Elogiado pela atuação contra o Vasco, o volante diz não sentir a pressão da responsabilidade. "Entrar num time como o São Paulo, bem estruturado, me deixa à vontade para jogar. Foi assim nos outros jogos."
Muricy confia na mudança, embora não seja trocar seis por meia dúzia. "Ele não tem o dinamismo do Mineiro, mas ajuda bastante na marcação."
A outra volta é a do zagueiro Lugano, que estava suspenso e ocupará o lugar de Alex.
No lado de Caxias do Sul, o técnico Hélio dos Anjos fará apenas uma mudança na defesa. O zagueiro Fábio, que cumpriu suspensão diante da Ponte Preta, voltará à equipe, mas o treinador não adiantou quem sairá da equipe.
Apesar disso, o técnico quer uma postura diferente da da última quarta-feira, quando o time errou muito e abusou dos cruzamentos à área. Concentrou-se, especialmente, na dupla de ataque formada por Leandrinho e Christian.