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Seletiva sem seleção expõe racha do hipismo
Só um cavaleiro assegura vaga para o
Rio, e dirigente já quer derrubar índice
César Almeida é o único a
atingir marca mínima, que
pode ser anulada para evitar
que chefe da equipe defina
time de forma "subjetiva"
FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO
A Confederação Brasileira de
Hipismo mudou a regra no
meio das seletivas de saltos para o Pan. Agora, pode "inovar",
com nova alteração após o classificatório, encerrado ontem.
Somente César Almeida
atingiu o índice exigido nas
provas no Rio e em São Paulo e
obteve a vaga.
O vice-presidente da CBH,
Roberto Souza Leão, porém,
disse que pretende convocar
uma assembléia para cancelar o
índice mínimo de 28 pontos
perdidos -Almeida fez 23,91.
O teto foi estabelecido pelo
presidente da confederação,
Maurício Manfredi, em abril,
depois de ele ter anunciado, em
fevereiro, as regras do qualificatório para o Pan.
As divergências entre os dois
dirigentes, que integraram a
mesma chapa que assumiu a
CBH há quatro meses, ficaram
explícitas ontem, após a última
prova das seletivas, no Centro
Hípico de Deodoro, no Rio.
Souza Leão pegou o microfone da organização e discursou
contra Manfredi. "Esta seletiva
foi uma farsa. A comunidade
hípica não está satisfeita com
os critérios. O adendo [criando
o teto máximo de pontos perdidos] teria de ser assinado também por mim", afirmou ele.
"O presidente foi mais presidencialista que nunca. A seletiva, que seria objetiva, transformou-se em subjetiva", disse.
Como só Almeida obteve índice, os outros dois atletas para
o Pan serão escolhidos pelo
chefe de equipe, a ser anunciado amanhã por Manfredi.
Rodrigo Pessoa -apesar de
estar ainda indefinido na equipe por discordar do regulamento do classificatório- e Bernardo Alves têm vaga certa.
Os dois foram pré-classificados pela CBH por estarem, em
fevereiro, mês de definição das
seletivas, entre os 20 melhores
do ranking mundial.
Se cair o índice técnico, as
duas vagas abertas irão para os
dois cavaleiros posicionados
abaixo de Almeida nas seletivas: Vitor Alves Teixeira e Karina Johannpeter.
O índice técnico desagradou
parte dos cavaleiros que disputaram a seletiva.
O presidente da CBH assegura que não haverá mudança.
"Talvez o Souza Leão não tenha
lido o estatuto [da CBH]. O vice
só assina algo se o presidente
estiver ausente", declarou.
Manfredi ainda revelou um
nome que deverá ser indicado.
"A Karina tem grandes chances pelo critério subjetivo. Ela
ficou muito perto do índice
[30,33 pontos perdidos]."
O pai da atleta, o empresário
Jorge Gerdau Johannpeter, um
dos maiores investidores do hipismo no país, esteve na seletiva e premiou César Almeida.
O presidente da CBH ainda
criticou Rodrigo Pessoa, que
esperava a seletiva para anunciar se irá ao Pan. "Ele não pode
condicionar nada. É integrante
do time como qualquer outro."
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