São Paulo, quarta-feira, 04 de junho de 2008

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enfim, só

Corinthians tenta 1ª taça sem parceiros

Desde 1995, a equipe alvinegra não vence um campeonato de relevância nacional sem contar com verbas de parcerias

André Santos diz que o clube está um pouco carente de conquistas, enquanto Mano Menezes vê valorização diferente na competição

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Copa do Brasil, para o Corinthians, é a chance de redenção. Mas é também a oportunidade de um rompimento com o modelo que levou ao clube seus principais títulos em quase uma década e meia, mas também a seus maiores problemas.
Pela primeira vez em 13 anos, o time, que hoje abre a decisão da Copa do Brasil diante do Sport, no Morumbi, pode faturar um título de relevância nacional ou internacional sem ter por trás o apoio de um parceiro que injeta dinheiro no clube.
Desde a primeira conquista no torneio mata-mata que dá vaga ao campeão na Taça Libertadores, os corintianos não celebram um título solo. A Copa do Brasil de 1995 foi a última taça obtida dessa forma.
Depois disso, todos os títulos importantes chegaram com a ajuda de parceiros.
Foi assim em 1998, com o segundo título do Brasileiro. A equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo e, com jogadores como Vampeta, Rincón e Gamarra, foi montada com o auxílio financeiro do Banco Excel, o primeiro a fechar com o Corinthians um acordo que extrapolava o patrocínio e interferia na gestão do futebol.
Em 1999, quando o banco desfez a parceria, foi a vez de um fundo de investimentos apostar na equipe do Parque São Jorge. O HMTF (Hicks Muse, Tate and Furst), grupo norte-americano, foi quem custeou os títulos da fase mais vitoriosa da história corintiana.
Além do bi no Nacional, na era da parceria com o fundo, o Corinthians ganhou seu maior título até hoje, o Mundial de Clubes, em 2000. O saldo foi aumentado no último ano da presença da parceira no Parque São Jorge, com a segunda Copa do Brasil, em 2002.
Na era MSI, a mais conturbada parceria corintiana -apesar de problemas nos acordos anteriores com Excel e HMTF-, chegou ao tetracampeonato do Brasileiro, a última grande alegria para a torcida corintiana.
A associação com grupo de investidores misteriosos e acusados de atos criminosos em seus países de origem, no entanto, gerou um alto preço. A crise resultou em processos criminais contra cartolas, no impeachment do ex-presidente Alberto Dualib e no rebaixamento à Série B do Nacional.
Não à toa, o tri da Copa do Brasil tem sido tratado como uma conquista especial.
"Esta Copa do Brasil vai ter um tipo de valorização diferente. Futebol é momento. Às vezes um Estadual, como o de 1977, é a melhor coisa. Às vezes, é um Mundial de Clubes, como o de 2000", afirma o técnico gaúcho Mano Menezes.
"O clube está um pouco carente de títulos. Seria importante conquistar a Copa do Brasil. Para a diretoria e a torcida e para nós. Seria muito importante para a seqüência do ano", diz André Santos, um dos poucos corintianos que já tiveram o gosto de vencer um título de expressão nacional. "Em 2006, venci a Copa do Brasil [com o Flamengo], mas não joguei a final. Troquei de clube antes disso [da decisão]."


NA TV - Corinthians x Sport
Globo (para SP e PE), Band e Sportv, ao vivo, às 21h50



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