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Presidente da FIA desfaz trégua com as equipes
Max Mosley afirma que sua entidade é que faz as regras
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A ISTAMBUL
A trégua não durou nem uma
semana. Cinco dias após as
equipes se inscreverem com
ressalvas para o Mundial de
2010, Max Mosley, presidente
da FIA, quebrou o silêncio e, às
vésperas dos primeiros treinos
para o GP da Turquia, reiniciou
disputa que trava com os times.
Ou seja, assim como aconteceu nas últimas etapas da F-1,
Istambul deve ser cenário de
mais uma sequência de reuniões de dirigentes para tentar,
enfim, encerrar o imbróglio.
Na sexta-feira passada, prazo
dado pela FIA para quem quisesse enviar a documentação
para participar do próximo
campeonato, as equipes deixaram claro que só abandonariam
a ameaça de deixar a categoria
caso um novo Pacto de Concórdia fosse firmado até o dia 12, se
a ideia do teto orçamentário
fosse deixada de lado para implementar suas próprias medidas de cortar gastos.
Sem se pronunciar desde então, a FIA finalmente veio a público ontem, pela voz de Mosley. "Somos nós quem fazemos
as regras", disse o dirigente inglês à publicação suíça "Motorsport Aktuell". "Temos feito
isso nos últimos 60 anos e queremos continuar assim."
Foi uma mensagem clara à
Fota, a associação das equipes
de F-1, formada no fim do ano
passado e que passou então a
bater de frente com a FIA, defendendo o direito dos times.
A primeira grande vitória da
organização aconteceu poucos
dias antes do início do Mundial.
Foi quando, dois dias depois
de definir um novo sistema de
pontos, no qual quem ganhasse
mais corridas seria o campeão,
independentemente da pontuação, a entidade foi obrigada
a voltar atrás graças às reclamações das escuderias.
Desta vez, a disputa é para
ver quem tem mais poder: se a
FIA, que comanda o automobilismo no mundo, ou as equipes
que integram a categoria.
O principal ponto de conflito
entre os dois lados é a imposição de um limite de gastos para
cada time a partir de 2010 -os
que não concordarem, terão
mais limitações técnicas.
A FIA fixou um máximo de
R$ 129 milhões/temporada,
descontados os gastos com
marketing, motores e salários
dos pilotos. Os times acham o
valor baixo e queriam diminuição gradual dos orçamentos.
Em Mônaco, onde há dez
dias ocorreu a sexta etapa do
Mundial de 2009 -e a quinta
vitória de Jenson Button-, a
Fota enviou uma contraproposta para a entidade, a fim de
tentar resolver o impasse.
Mas Mosley classificou as sugestões do grupo como "irrealistas" e ironizou o fato de as
equipes terem se encontrado
no iate de três andares de Flavio Briatore, chefe da Renault,
para discutir cortes de gastos.
Ainda criticou o fato de os
membros da Fota terem esperado até o prazo final para se
inscrevem no Mundial-2010.
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