São Paulo, quinta-feira, 04 de junho de 2009

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Presidente da FIA desfaz trégua com as equipes

Max Mosley afirma que sua entidade é que faz as regras

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A ISTAMBUL

A trégua não durou nem uma semana. Cinco dias após as equipes se inscreverem com ressalvas para o Mundial de 2010, Max Mosley, presidente da FIA, quebrou o silêncio e, às vésperas dos primeiros treinos para o GP da Turquia, reiniciou disputa que trava com os times.
Ou seja, assim como aconteceu nas últimas etapas da F-1, Istambul deve ser cenário de mais uma sequência de reuniões de dirigentes para tentar, enfim, encerrar o imbróglio.
Na sexta-feira passada, prazo dado pela FIA para quem quisesse enviar a documentação para participar do próximo campeonato, as equipes deixaram claro que só abandonariam a ameaça de deixar a categoria caso um novo Pacto de Concórdia fosse firmado até o dia 12, se a ideia do teto orçamentário fosse deixada de lado para implementar suas próprias medidas de cortar gastos.
Sem se pronunciar desde então, a FIA finalmente veio a público ontem, pela voz de Mosley. "Somos nós quem fazemos as regras", disse o dirigente inglês à publicação suíça "Motorsport Aktuell". "Temos feito isso nos últimos 60 anos e queremos continuar assim."
Foi uma mensagem clara à Fota, a associação das equipes de F-1, formada no fim do ano passado e que passou então a bater de frente com a FIA, defendendo o direito dos times.
A primeira grande vitória da organização aconteceu poucos dias antes do início do Mundial.
Foi quando, dois dias depois de definir um novo sistema de pontos, no qual quem ganhasse mais corridas seria o campeão, independentemente da pontuação, a entidade foi obrigada a voltar atrás graças às reclamações das escuderias.
Desta vez, a disputa é para ver quem tem mais poder: se a FIA, que comanda o automobilismo no mundo, ou as equipes que integram a categoria.
O principal ponto de conflito entre os dois lados é a imposição de um limite de gastos para cada time a partir de 2010 -os que não concordarem, terão mais limitações técnicas.
A FIA fixou um máximo de R$ 129 milhões/temporada, descontados os gastos com marketing, motores e salários dos pilotos. Os times acham o valor baixo e queriam diminuição gradual dos orçamentos.
Em Mônaco, onde há dez dias ocorreu a sexta etapa do Mundial de 2009 -e a quinta vitória de Jenson Button-, a Fota enviou uma contraproposta para a entidade, a fim de tentar resolver o impasse.
Mas Mosley classificou as sugestões do grupo como "irrealistas" e ironizou o fato de as equipes terem se encontrado no iate de três andares de Flavio Briatore, chefe da Renault, para discutir cortes de gastos.
Ainda criticou o fato de os membros da Fota terem esperado até o prazo final para se inscrevem no Mundial-2010.


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