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FUTEBOL
Ex-jogador aceita convite para treinar os japoneses rumo à Copa-2006
Japão sonha com Scolari,
mas acerta com o ídolo Zico
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADO ESPECIAL A YOKOHAMA
FÁBIO SOARES
DA REPORTAGEM LOCAL
O Japão queria Luiz Felipe Scolari, mas acertou com Zico.
O ídolo do Flamengo, desbravador e incentivador do futebol do
outro lado do mundo, aceitou
preparar a seleção japonesa para a
Copa de 2006, na Alemanha.
Zico vai substituir o francês Philippe Troussier, com quem o Japão chegou às quartas-de-final no
Mundial-2002, feito inédito na
curta história do país no torneio.
O assessor de Zico no Brasil,
Raul Quadros, confirmou ontem
que restam apenas pequenos
acertos, como local de moradia.
Segundo ele, entretanto, o convite
já foi aceito pelo ex-jogador.
O técnico pentacampeão também estava nos planos japoneses.
Shunichiro Okano, diretor do Comitê Organizador do Japão para a
Copa-2002 e representante da Associação Japonesa de Futebol, disse à Folha que o interesse por Luiz
Felipe Scolari partiu de um dos
membros da família imperial, o
príncipe Takamado, um dos mais
influentes integrantes da federação, que detém o título de presidente honorário da entidade.
""Na primeira fase, contra adversários fracos, o time foi à frente fazer gols. A partir das oitavas, tudo
mudou. A defesa parecia impenetrável", elogiou o príncipe.
Ainda antes da final contra a
Alemanha, Scolari disse que gostaria de voltar a trabalhar numa
Copa, mesmo em outra seleção.
""Ele acompanhou todos os jogos do Brasil, fosse do estádio ou
pela televisão", disse Okano à Folha. ""O que mais o impressionou
foi a vibração de Scolari em cada
lance, a união que os brasileiros
mostraram em todo jogo e o espírito de equipe, sem falar no conhecimento tático que ele tem."
Para Okano, o príncipe saiu do
estádio de Yokohama convicto de
que Scolari seria ideal para comandar o Japão. ""Como ele já trabalhou aqui [no Jubilo Iwata",
não teria dificuldades para se
adaptar e daríamos as melhores
condições para se sentir em casa."
Indagado sobre o salário que
poderiam oferecer a Scolari, ele se
negou a responder. Disse que seria cedo para falar em números e
que havia um longo caminho do
interesse a um início de conversação. ""Primeiro ele tem de pensar
no que vai fazer da vida. Se quiser
continuar na seleção [brasileira",
nem entramos na parada, ficamos
na vontade. Mas que ele seria um
nome importante para o nosso
futebol, com certeza seria."
Ainda de acordo com Okano,
durante a final contra a Alemanha, o príncipe Takamado, que
estava acompanhado de sua mulher, a princesa Hisako, o primeiro-ministro Junichiro Koizumi e
Joseph Blatter, presidente da Fifa,
teria dito que o futebol japonês
ainda necessita de técnicos estrangeiros a fim de ganhar mais
experiência internacional. ""Mas
para 2010 já poderíamos pensar
num técnico caseiro."
Zico se aproxima bem do perfil
vislumbrado para o futuro. O ex-jogador e coordenador técnico da
seleção brasileira na Copa-98
atuou por três anos pelo Kashima
Antlers, clube em que ocupa hoje
cargo de direção. Pelo que fez no
período, é endeusado, com direito a uma estátua, no Japão.
O advogado de Zico, Antonio
Simões, está no Japão resolvendo
os negócios. O ex-jogador estaria
voltando ontem da Ásia, onde
chegou em maio para acompanhar a Copa. O anúncio oficial de
seu retorno ao Oriente deve ocorrer na próxima segunda-feira.
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