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Classe disfarça
o lado "bad boy" de Zidane
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MUNIQUE
Ele é um dos jogadores
mais classudos da história.
Mas também tem um péssimo comportamento, e isso,
pelo seu retrospecto no torneio, pode até custar sua presença na final da Copa da
Alemanha se a França passar
por Portugal na semifinal de
amanhã em Munique.
Mais uma vez Zidane está
pendurado por cartões, fruto
da uma má educação em
campo que não vem de hoje.
Em apenas dez jogos de
Copa (sua primeira participação aconteceu em 1998),
ele soma quatro cartões
amarelos e um vermelho
-recebido após agredir de
forma desleal um jogador da
Arábia Saudita em 1998, o
que lhe tirou de dois confrontos daquela competição.
Agora, na Alemanha, ele
tem exagerados três amarelos em quatro jogos -já ficou
fora da partida contra o Togo. Como também foi advertido contra a Espanha, já no
mata-mata, um novo amarelo o tira da decisão ou da disputa do terceiro lugar.
Não é difícil explicar por
que Zidane sempre tem problemas com cartões. Para alguém com sua categoria, ele
abusa, e muito, das entradas
ríspidas. Segundo o Datafolha, ele tem média de 2,3 faltas cometidas por jogo na
Copa, a segunda maior marca entre os jogadores da
França e na frente de atletas
com funções só defensivas,
como Thuram e Makelele.
No Real Madrid, clube de
quem se despediu (faz no
Mundial sua última aparição
como profissional), Zidane,
que na sua "turnê de despedida" do futebol profissional,
tem evitado falar com a imprensa, também abusa das
entradas fortes nos rivais e
acumulou cartões.
No último Campeonato
Espanhol, por exemplo, o
meia quase empatou no número de faltas sofridas (68)
com as cometidas (60). Levou cinco cartões amarelos.
Isso ajuda a descobrir por
que em quase todas vezes
que é advertido o motivo habitual são as faltas bruscas, e
não por comportamento
ruim em campo, bem diferente de outros atletas famosos pelo jogo ofensivo.
No Mundial alemão, Ronaldo recebeu dois cartões
amarelos, marca incrível para sua carreira. Mas um foi
por chutar uma bola ao gol
em lance que o impedimento
já havia sido marcado pelo
árbitro e outro por tocar a
mão na bola na cobrança de
uma falta contra a França.
Não muito bonito, mas bem
melhor que as faltas do não
tão exemplar Zidane.
O Datafolha também mostra que Zidane está longe de
ser um dos mais caçados da
Copa -na sua preleção para
a partida do último sábado,
Carlos Alberto Parreira pediu que seus jogadores marcassem firme o meia, mas isso não aconteceu.
Com média de 2,8 faltas recebidas por partida, o astro
não está nem entre os 30 jogadores que mais apanham
neste Mundial. Na sua frente, até companheiros de time
que jogam ao seu lado, como
Malouda (3,3 faltas sofridas
por partida).
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