DA REPORTAGEM LOCAL

O barco suíço Alinghi conquistou ontem, em Valencia, o bicampeonato da America's Cup, a mais prestigiosa competição de iatismo do mundo. Nada mal para uma nação que não possui saída para o mar. E muito menos para uma equipe que não tem nenhum atleta suíço.
Verdadeira seleção multinacional de velejadores, o Alinghi -impulsionado por quase R$ 330 milhões empenhados pelo magnata Ernesto Bertarelli- superou o Team New Zealand numa regata épica. Por um único segundo de vantagem, cruzou a linha de chegada na frente e revalidou o título obtido contra o mesmo adversário há quatro anos.
Com a vantagem de 4 a 2 (a final foi em melhor de nove confrontos), os suíços entraram no mar com a tranqüilidade de quem precisava de somente mais uma vitória. E, apesar da alternância na liderança, O Alinghi singrava rumo ao título com um barco mais rápido.
Não contava, porém, com o imponderável: a menos de 500 metros da linha final, quando tinha 120 metros de vantagem, o vento mudou de direção. Os neozelandeses perceberam mais rápido a mudança climática, ajustaram suas velas e passaram à frente. Muito à frente. Mas ainda tinham uma penalização para cumprir (a pena, por manobra proibida na regata, é um giro de 270 sobre o próprio eixo).
Foi, possivelmente, a chegada mais equilibrada dos 156 anos de história do evento. Quando finalizava o giro, o Team New Zealand acabou ultrapassado novamente pelo rival.


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