São Paulo, quarta-feira, 04 de julho de 2007

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RÉGIS ANDAKU

A sensação do controle


Entre um chuvisco e outro, no abre e fecha dos guarda-chuvas, a volta de Sampras é o assunto em Wimbledon


JÁ FAZ alguns dias, Londres sofre com uma chuva que insiste em cair, parar, voltar, incomodar, parar, voltar, incomodar, parar, voltar... As nuvens não saem de cima, a água não escorre, e os guarda-chuvas compõem um cenário quase romântico por toda a cidade.
Para quem tem ido ao All England Lawn & Tennis Club, porém, chateação maior não há. Em vez dos jogos nas belas e aparadas quadras de grama, um sol acolhedor e a agitação de torneio grande, o público se irrita com o abre e fecha dos guarda-chuvas, os pingos que caem sobre as cabeças e molha tênis e canelas.
Esse vai-e-vem nas alamedas de Wimbledon, entre quadras e à espera de um jogo que nunca começa, fez do clube um terreno próprio para qualquer tipo de distração. Uma delas, especular, fantasiar, fofocar.
A mais recente das conversas entre um intervalo e outro em Wimbledon descreve a volta de Pete Sampras às quadras. Ali mesmo, em Wimbledon, no próximo ano.
Começou com John McEnroe, ex-tenista das antigas, dizendo que havia treinado com Sampras e ele continuava "sensacional" e que havia pensado em retornar ao circuito. E aumentou com um diretor do clube dizendo que "as portas estão abertas para quando Pete quiser voltar".
Na Califórnia, aos risos, Sampras, que afirma manter a forma e ter hoje o mesmo peso de quando jogava, nada diz. Nem sim, nem não.
Aliás, diz, sim. Diz achar um horror como estão jogando tão defensivamente hoje nas quadras de grama. E que, por esse medo, por essa falta de coragem da turma toda, Roger Federer não terá adversário à altura. "Todos esses caras ficam jogando no fundo da quadra, batendo com efeito. Isso não funciona na grama", diz o ex-senhor de Wimbledon.
Seria ele próprio, Pete Sampras, o único adversário à altura?
Mais risos, nem um sim, nem um não. Mas contra os que ficam no fundo da quadra, Sampras, aposentado aos 35, certamente não teria problemas -e ele sabe disso. "Contra esse tipo de cara, me sentia bem, sentia que tinha o controle."
Longe da chuva londrina, afastado das quadras e sentado na poltrona de aposentado, Sampras tem o controle, ainda. Sempre terá.

EM LONDRES
Ex-treinador e amigo, Paul Annacone disse duvidar de um retorno de Sampras. "Nunca falo "nunca", mas ficaria surpreso, para dizer o mínimo, se ele voltasse. Tenho falado com Pete e sinto que está feliz do jeito que leva a vida hoje."

AINDA EM LONDRES
Questionado se voltaria a jogar, o australiano Patrick Rafter também fez silêncio. Muitos viram aí um "sim". Rafter depois disse que talvez volte, mas entre os veteranos.

POR AQUI
O Praia Clube, em Uberlândia (MG), recebe até sábado a quinta etapa do Circuito Unimed.

reandaku@uol.com.br


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