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Reclamação marca 1º dia de bilheteria
Torcedores amargam horas de fila para saber que muitos ingressos para o Pan estavam esgotados pela venda eletrônica
Interessado era informado somente perto do guichê que bilhetes para eventos mais concorridos, como o vôlei, não seriam vendidos
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDUARDO OHATA
LUÍS FERRARI
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
Os quatro pontos-de-venda
de ingressos para o Pan amanheceram com filas nas bilheterias. Houve inúmeras reclamações e prisão de pessoas acusadas de atuarem como cambistas. E muita gente saiu sem
as entradas. Ontem, primeiro
dia de venda nas bilheterias, foram vendidas 13.480 entradas.
Os guichê foram abertos às
12h. Naquele momento, o artesão Sebastião Santos, 39, já estava na fila havia oito horas e
meia. Ele foi o primeiro a chegar diante do Maracanã, ponto-de-venda em que a fila esteve
mais longa -cerca de 250 metros, na abertura dos guichês e
nas duas horas seguintes.
"Quero comprar [entrada]
para o vôlei e o de R$ 20 para a
cerimônia de abertura. Mas parece que não vão vender", afirmou ele antes da compra.
Os bilhetes que ele almejava
eram os mesmos que grande
parte dos torcedores queria.
Mas as entradas mais baratas
para a cerimônia inaugural,
bem como ingressos de eventos
mais concorridos (finais do vôlei, do futsal, do hipismo e da
natação) nem sequer foram
postos à venda na bilheteria.
"Por questão de segurança, e
a fim de evitar longas filas nas
bilheterias, o comitê organizador deixou que os ingressos de
algumas modalidades se esgotassem nas vendas pela internet", justificou o órgão.
No sábado, o Co-Rio informou em seu site que a comercialização nas bilheterias seria
iniciada ontem e que entradas
de algumas modalidades não
estariam mesmo disponíveis.
Isso não evitou aglomeração
de pessoas, uma vez que só ao
chegar perto do guichê é que o
torcedor via uma lista de ingressos que não estavam à venda, fato que gerou frustrações.
Foi o caso da pensionista Maria Helena Valerio de Souza, 64,
a primeira da fila dos idosos e
outra que queria a entrada mais
barata para a abertura.
"Fiquei até meio-dia aqui para ouvir "não tem" na bilheteria.
Por que não avisaram antes?",
indagou Maria Helena, que diz
ter chegado ao Maracanã às
5h40 e reclamou de não terem
sido ofertadas meia-entradas,
direito dado pelo Estatuto do
Idoso. Outras pessoas da fila,
porém, não repetiram a queixa.
Já o Estatuto do Torcedor,
que determina a divulgação das
tabelas e regulamentos nas entradas das arenas, não teve essa
disposição respeitada. Além de
só ficarem sabendo perto do
guichê quais ingressos não estavam à venda, as pessoas tinham que consultar os atendentes sobre datas e horários.
O Co-Rio alega que o processo de venda é dinâmico e que,
por isso, a publicação da lista
pode não ser eficaz. Diz também que o ingresso pode acabar
enquanto o torcedor está na fila. E que que as informações sobre os bilhetes estão em www.
ingressorio2007.com. br.
Isso, somado a um problema
operacional do sistema (depois
sanado), atrasava os atendimentos. O artesão Santos, por
exemplo, levou 1h02min até
sair com seu ingresso. No Riocentro, o primeiro atendimento demorou 57 minutos.
A auxiliar de enfermagem
Andréia Valentina foi a primeira da fila em Copacabana. Disse
ter chegado às 5h. "Queria
comprar do vôlei. O Pan esqueceu dos que não têm internet."
A comerciária Lidia Alves,
53, tinha reclamação similar.
"Justo quem não tem acesso à
internet, que mais deveria ter
como comprar o mais barato,
fica sem?", indagou ela, que
contou ter visto um homem dividir R$ 2.000 com quatro na
fila. "Eram cambistas", disse.
Mais tarde, sete pessoas com
ingressos, lista de modalidades
e dinheiro foram encaminhadas à Delegacia do Consumidor, acusadas de atuarem como
cambistas no Maracanã.
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