São Paulo, domingo, 04 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

VÔLEI

Graças à renovação da seleção, formada por base juvenil, equipes já podem contar com as principais jogadoras do país

Clubes iniciam temporada com estrelas

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A forçada renovação da seleção feminina feita após a debandada de cinco titulares da equipe há pouco mais de um mês deixou os técnicos dos clubes brasileiros em situação confortável e criou um cenário estranho nas quadras no início desta temporada.
Enquanto na Ásia o Brasil participava do Grand Prix (que terminou esta madrugada), com nomes desconhecidos como Sassá, Luciana e Sheila, jogadoras consagradas como Virna, Érika e Fofão, que conquistaram a medalha de bronze em Sydney-2000, disputam competições no país e participarão do trabalho de seus clubes desde o começo.
A ausência dessas atletas, que muitas vezes só voltavam a suas equipes para as finais dos Estaduais ou até mesmo para a Superliga, sempre foi motivo de reclamação dos treinadores.
"Normalmente, já nos preparamos para não termos as jogadoras em boa parte do calendário", disse o técnico do BCN/Osasco, José Roberto Guimarães, que, no entanto, aponta aspectos negativos no fato de os times contarem hoje com as principais atletas do país.
"Com a crise e a renovação da seleção, podemos ter resultados ruins internacionalmente. E é desse desempenho que o vôlei brasileiro depende. Além disso, as jogadoras mais novas terão menos espaço para aparecer."
Em 2001, na Salompas Cup -torneio amistoso que terá final hoje, em Fortaleza- o BCN viu despontar a atacante Renata Colombo. Com a ausência de Virna e das campeãs mundiais juvenis Paula e Jaqueline, ela foi o principal destaque do time. Depois, voltou à reserva. O desempenho, no entanto, rendeu-lhe contrato com o São Caetano para a temporada.
A equipe de Osasco continua sendo a com maior número de titulares na seleção -Paula, Valeskinha e Arlene. Jaqueline foi cortada por contusão e Virna pediu dispensa por motivos pessoais.
Já o MRV-Minas, campeão da Superliga-2002, conta com toda sua equipe principal neste início de temporada. São do time mineiro duas das jogadoras que deixaram a seleção por causa de divergências com o técnico Marco Aurélio Motta, além de Elisângela, cortada às vésperas do Grand Prix por indisciplina. O MRV tem agora apenas uma de suas titulares na Ásia, Marina Daloca -a oposto Sheila é reserva de Elisângela.
Para a meio Walewska, bronze em Sydney-2000, estar com o grupo desde o começo da temporada aumenta a responsabilidade.
"Eu, a Raquel [atacante" e a Dani [líbero" não podemos deixar o ritmo cair. Temos de tomar cuidado para não errar. Quanto mais elas jogarem, mais entenderão que não podem errar em certos momentos", disse Walewska, que, como Raquel, saiu da seleção por problemas com o treinador.



Texto Anterior: Futebol - Rodrigo Bueno: De volta à Ásia
Próximo Texto: Campos vira principal fonte de jogadoras
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.