São Paulo, sexta-feira, 04 de agosto de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Calor controla reação da Ferrari

Pneus de Michael Schumacher foram mais eficientes que os de Fernando Alonso no verão europeu

Meteorologia, variável que tem ditado luta pelo título da F-1 neste ano, prevê clima ameno, que favorece rival de alemão, na Hungria


FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE

Ontem, fim de tarde em Hungaroring. Vento, 21C. Céu nublado. Persistindo o cenário, a Renault é favorita à vitória no GP da Hungria, no domingo.
Mas o clima pode virar. E, se esquentar, se for como na Alemanha, no domingo passado, ou na França, há três semanas, a vantagem será da Ferrari.
A situação foi resumida ontem por Fernando Alonso, líder do Mundial, folga de 11 pontos para Michael Schumacher.
"Tanto a Renault como a Ferrari estão no limite do desenvolvimento dos carros. É difícil conseguir mais alguma coisa. Vamos ganhar no máximo um décimo de segundo até o fim da temporada, não mais do que isso. A chave está nos pneus. Estamos nas mãos da Michelin."
Já a Ferrari do seu adversário, nas mãos da Bridgestone.
E ambas, nas mãos do clima.
Chega a ser irônico: no ano em que a F-1 se despede da concorrência entre as fabricantes de compostos, o Mundial será decidido justamente pela batalha mais acirrada -e imprevisível- entre as duas marcas.
Imprevisível porque 1C pode mudar um GP. Como agora. A meteorologia húngara indica 27C para a corrida.
Bom para os pneus Michelin. Nem tanto para os Bridgestone.
A Folha fez um levantamento da temperatura ambiente nas 12 corridas da temporada. Nas sete vitórias da Renault -seis de Alonso e uma de Giancarlo Fisichella-, a média foi 25C. Nas cinco vitórias da Ferrari, todas de Michael Schumacher, a média foi 30C.
Não por coincidência, Schumacher só começou a impor uma série de vitórias quando começou o alto verão no hemisfério Norte. Nas últimas três corridas, foram três triunfos, nos EUA, na França e na Alemanha. Nas três, temperaturas superiores a 30C.
Combinada à evolução da Bridgestone, a Michelin perdeu ritmo. Schumacher, que começou o verão 25 pontos atrás de Alonso, pode sair da Hungria com apenas um ponto de desvantagem. Para isso, o alemão tem de vencer e esperar que o espanhol não pontue.
Uma outra evidência da dicotomia: nessas três corridas, 6 das 9 posições em pódios foram ocupadas pela Bridgestone. Nas três anteriores, sete ficaram com a Michelin.
Há, ainda, 30% de chance de uma terceira via: chuva, inédita em 20 anos de GP da Hungria. A performance dos pneus no molhado é incógnita.
A F-1 não registra chuva durante um GP há 50 corridas, desde os Estados Unidos, em 2003, que acabou com vitória de Schumacher.


NA TV - GP da Hungria - Treinos livres Sportv, ao vivo, às 6h e às 9h

Texto Anterior: Xico Sá: Futebol, teu nome é inveja
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.