São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2010

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DEPOIMENTO

"Tenho um diamante bruto para lapidar até a Olimpíada"

FÁTIMA GERMANO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Só de olhar Antônio Carlos, percebi que era diferenciado. Foi em outubro de 2009, nos exames de admissão para o Centro de Excelência da Federação Paulista de Atletismo, no Ibirapuera.
Nos testes de velocidade, ele era o mais rápido. Nos de impulsão, o que subia mais alto. Nos de arremesso, o que alcançava as maiores distâncias. Foi, disparado, o melhor daquela peneira.
O talento natural precisava ser aliado à técnica. Ele sempre quis fazer lançamento de dardo. Tinha noção de como se arremessava.
É preciso muita paciência para ensiná-lo. E eu vou ter toda paciência do mundo.
Antônio Carlos é disléxico.
Qualquer instrução precisa ser dada cinco ou seis vezes até que ele assimile. Ritual que se repete no dia seguinte.
Como é jovem e está há pouco neste contexto de competição, ainda não percebeu o quão longe pode ir.
Tremeu de medo quando foi competir no Sul-Americano, em junho, em Uberlândia de avião. Na Olimpíada de 2016, ele terá 23 anos, e tenho certeza de que estará lá.


FÁTIMA GERMANO é treinadora de atletismo da ASA


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