São Paulo, segunda-feira, 04 de setembro de 2000 |
|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VÔLEI Síndrome olímpica CIDA SANTOS COLUNISTA DA FOLHA Os Jogos de Sydney representam um desafio especial para uma seleção: a Itália. Nunca houve na história do vôlei um time com tantos títulos mundiais que não fosse campeão olímpico. A Olimpíada também representa o fim da saga de uma geração tricampeã mundial e que transformou a Itália em uma força no vôlei. Dos 12 convocados pelo técnico Andrea Anastasi, quatro participaram da conquista do primeiro título no Mundial de 90, no Brasil: Gardini, Giani, Tofoli e Bracci. Trintões, eles devem disputar em Sydney a última Olimpíada e têm a chance de superar a síndrome (ou maldição?) olímpica que atormenta o time. Nos Jogos de Barcelona e Atlanta, a equipe italiana tropeçou diante de um mesmo adversário: a Holanda. As derrotas caíram como uma tragédia sobre a seleção mais vitoriosa da década de 90. As sequelas da história parecem que ainda se manifestam na equipe. Basta lembrar a última Liga Mundial. Na fase final, a Itália venceu quatro dos cinco adversários que enfrentou (EUA, Rússia, Brasil e Iugoslávia) e conquistou o título. Só perdeu um jogo. Adivinhe para quem? A resposta é básica: Holanda, a mais frágil das equipes finalistas, que só se classificou para aquela etapa por ser a sede da competição. Esses resultados repetitivos às vezes levam a alguns tabus como: a Itália não ganha da Holanda, os holandeses dificilmente vencem o Brasil; os brasileiros costumam tropeçar diante de Cuba; e os cubanos raramente derrotam a Itália. Em Sydney, para azar da "azzurra", o cruzamento das chaves permite que seja repetida a situação da Olimpíada de Barcelona-92: um confronto entre Itália e Holanda nas quartas-de-final. Esse jogo é eliminatório: quem perder estará fora da disputa. Já em Atlanta-96, a derrota para os holandeses foi na final olímpica. Se valer o tabu, o Brasil tem um consolo: está na mesma chave de Cuba. Não há problemas de um cruzamento com os cubanos nas quartas-de-final. E a seleção, caro leitor, já está a caminho de Sydney sem que se saiba afinal quem são os titulares. Nem mesmo os jogadores têm certeza de qual será o time que irá estrear na Olimpíada. Uma estratégia questionável do técnico Radamés Lattari, que acaba gerando mais disputa e insegurança entre os atletas. A Federação Internacional de Vôlei premiará os melhores do século em três categorias: técnicos, jogadores e times. Os escolhidos sairão de uma lista elaborada pela entidade. O resultado será divulgado no dia 30 de novembro. O que chama a atenção é a indicação dos brasileiros. Não aparecem representantes da seleção campeã olímpica em 92. Os únicos da lista são Renan e Bernard, da geração de prata. Entre as brasileiras, as citadas são Ana Moser, Márcia Fu e Fernanda Venturini. Já para a grande seleção do século, o time campeão olímpico brasileiro concorre com adversários fortes como a Itália (de 89 a 92), EUA (84 a 88), a então União Soviética (78 a 82), o Japão (68 a 72) e a Polônia (74 a 76). Vencedor mesmo é quem teve o prazer de ver todas essas equipes em ação. Os 12 da Itália A Itália definiu o elenco olímpico: os levantadores Meoni e Tofoli; os ponteiros Papi, Bracci e Rosalba; os opostos Giani e Sartoretti; o líbero Mirko Corsano e os centrais Gardini, Gravina, Mastrangelo e Fei. A novidade é que a Itália irá com quatro centrais e três ponteiros. A maioria das seleções vai com três centrais e quatro ponteiros. Alarme falso Ao contrário do que foi anunciado, o atacante Fomin não deverá defender a Rússia em Sydney. No torneio da França, encerrado anteontem, ele nem estava presente. A Rússia perdeu para a Itália e ficou em segundo. Na rede Nas próximas três semanas, por causa dos Jogos de Sydney, está coluna será publicada apenas na sua versão eletrônica, na Folha Online. E-mail cidasan@uol.com.br www.uol.com.br/folha/pensata Texto Anterior: Automobilismo: Paul Tracy consegue 3ª vitória este ano Próximo Texto: Futebol - José Geraldo Couto: O mundo é uma bola (redonda?) Índice |
|