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Espanha põe nome na história do Mundial de basquete
Técnico esconde morte de pai para não abalar time, que leva 1º título após bater Grécia em placar mais baixo de finais e 2ª maior diferença de pontos (70 a 47)
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Espanha e Grécia chegaram
credenciadas à decisão do
Mundial de basquete, ontem,
em Saitama (JAP). Em quadra,
porém, só os espanhóis se destacaram, com defesa agressiva,
para superar a ausência de seu
maior astro, Pau Gasol. Venceram por 70 a 47 e conquistaram
a vaga na Olimpíada de 2008.
Desde que o Mundial adotou
o atual formato de final -nas
Filipinas-78-, foi a decisão
com o placar mais baixo. Anteriormente, as equipes classificadas da primeira fase decidiam o torneio em grupo único.
Também foi a segunda final
com a maior diferença de pontos (23). O recorde (46) ainda é
dos EUA, que bateram a Rússia
no Mundial do Canadá-94. Na
ocasião, os americanos contavam com astros da NBA pela
primeira vez em Mundiais.
"Meus atletas acreditam em
si e se doam para o coletivo.
Muito além da estratégia do
treinador, há a solidariedade
entre eles", elogiou Pepu Hernández, técnico da Espanha,
que seguiu à risca a lição do
desprendimento. Ele havia
perdido o pai na véspera da decisão. Para não abalar os comandados, escondeu o luto.
Tinha fortes razões para isso.
Os rivais de ontem estreavam
em finais. Nem sequer haviam
subido ao pódio em Mundiais.
Para ir à decisão, o time espanhol superou nos mata-matas
Sérvia e Montenegro, que detinha o bi mundial, Lituânia,
campeã do Europeu-03, e Argentina, ouro em Atenas-04.
A Grécia batera os EUA na
semifinal. Na luta pela taça, os
gregos nem lembraram o time
consistente na defesa -levou
68,3 pontos por jogo- e que
promovia ótimo revezamento
-só dois atletas atuaram menos de 13 minutos por partida.
A Espanha dominou o duelo
desde o início. No segundo
quarto, obteve seqüência de
dez pontos, sem ceder nenhum
à Grécia. A vantagem chegou a
20 no primeiro tempo: 43 a 23.
Para tentar voltar à partida, o
técnico Panagiotis Yannakis
optou por usar marcação individual. A estratégia deu resultado, e a Espanha não passou de
11 pontos no terceiro quarto.
Mas a tragédia grega estava
no ataque, que também não
passou de 11 pontos. Os tiros de
quadra teimavam em não cair
(32,7% de aproveitamento). O
campeão europeu não ia bem
nem nos lances livres (50% de
acerto). Pior: capturaram só
quatro rebotes ofensivos no jogo -a Espanha conquistou 14.
No quarto final, os espanhóis
administraram a vantagem. Já
pulavam e comemoravam
quando faltavam mais de três
minutos para o fim. Navarro
chegou a tentar, sem sucesso,
jogadas de efeito no garrafão.
Os erros nem eram criticados
por Hernández, que só aguardava o fim do compromisso.
Foi o único a deixar a quadra
sem festejar efusivamente.
Com agências internacionais
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