São Paulo, domingo, 04 de setembro de 2011

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Jogada aérea vira solução e caos

SÉRIE A
Palmeiras sofre com gols originários de cruzamentos e usa mesma arma para atacar


LUCAS REIS
DE SÃO PAULO

Tarde fria de sexta-feira, centro de treinamento do Palmeiras. Um impaciente Luiz Felipe Scolari manda o volante Tinga cobrar escanteio pela sexta vez consecutiva.
"Tá errado, tá errado! Assim os caras entram livres! E você, Cicinho, está marcando quem?", grita o técnico.
A impaciência de Scolari tem explicação. Mais da metade dos gols que o Palmeiras sofreu neste Brasileiro originou-se de bolas aéreas.
Dos 17 tentos tomados -o time tem a melhor zaga da competição-, nove foram depois de cruzamentos. O Palmeiras tem hoje, contra o Cruzeiro, no Pacaembu, mais uma tentativa de corrigir uma falha que, ironicamente, é uma de suas principais armas ofensivas.
Também foram nove gols marcados assim -mais de um terço dos 26 anotados. Não é à toa que a torcida palmeirense se levanta quando há uma cobrança de falta. Não importa a distância, Marcos Assunção cruza na área.
"Já tomamos sete, oito gols em cobranças de escanteio. É uma questão de má colocação, a bola que cruza toda a extensão da defesa e ninguém para bater nela", declarou Scolari horas antes de se descabelar com o treino específico de cruzamentos.
O discurso é o mesmo desde que ele assumiu o Palmeiras, há pouco mais de um ano. Mas pouca coisa mudou.
"Defensivamente nós temos trabalhado todos os dias. E mesmo assim cometemos alguns erros como aquele contra o Botafogo", afirmou Scolari, referindo-se ao gol de cabeça sofrido logo aos 4min na derrota da última quarta.
Numa conta rápida, o Palmeiras poderia ter conquistado ao menos 11 pontos a mais se não tivesse falhado nesse tipo de jogada.
Por isso a insistência nos treinos de cruzamentos. Uma bandeira que Marcos, que volta ao gol hoje após ser poupado, também levanta.
"Não podemos continuar levando gols assim. Nos custa caro", declarou o goleiro mais de uma vez, normalmente após derrotas causadas por gols em bolas aéreas.
Por essas e outras, Scolari tem elevado a altura média do time. Certa feita justificou a troca dos volantes (Márcio Araújo por Chico) com a fita métrica: o segundo tem 14 centímetros a mais.
Também são altos Fernandão e Ricardo Bueno, os dois novos reforços do time. Quando ambos estavam em processo de contratação, Scolari sempre lembrava isso.
"Ambos são altos e têm boa impulsão. Vamos trabalhar a colocação na área e treinar cruzamentos", declarou.


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