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aposta
Cartão recarregável vai virar ingresso de futebol
Acordo entre BWA e Caixa cria produto para aquisição de entrada em casas lotéricas
Empresa tenta melhorar sua
imagem após críticas no atual sistema de vendas,
enquanto órgão federal espera levantar Timemania
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
A BWA, empresa líder na comercialização de ingressos no
país, fechou acordo ontem com
a Caixa Econômica Federal para o lançamento de um cartão
que promete alterar o sistema
de venda de bilhetes, combater
a ação de cambistas e alavancar
a Timemania, loteria criada para socorrer financeiramente os
clubes brasileiros.
A idéia deve ser colocada em
prática a partir das disputas dos
torneios estaduais, em janeiro
do próximo ano.
O esquema de funcionamento é simples. Por meio de cadastro, o torcedor adquire o cartão,
batizado de "private label", pagando R$ 15. Com o produto em
mãos, ele, quando quiser adquirir ingressos para as partidas,
tem de passar em uma casa lotérica e carregar o cartão.
Depois disso, no estádio, passará o cartão em uma das catracas do novo sistema. "Esse projeto substituirá o comportamento de compra de ingressos
e o consumo de produtos e serviços, integrados ao controle de
acesso aos eventos em todo o
país", diz Walter Balsimelli Neto, sócio-diretor da BWA.
Segundo ele, o novo sistema
irá melhorar a qualidade do
serviço na venda de ingressos.
Nos últimos meses, a BWA tem
sido alvo de críticas em vários
clubes para os quais presta serviços por conta de confusões na
venda de entradas.
Corinthians e Palmeiras,
dois clientes da empresa, por
exemplo, criaram comissões de
sindicância internas para apurar supostas irregularidades.
Ao todo, a BWA tem contrato
com 16 clubes brasileiros, além
da Federação Paulista de Futebol. "Estamos nos mexendo para tentar acabar com o problema da venda de ingressos", declarou o presidente da FPF,
Marco Polo del Nero.
Para brecar a ação de cambistas, o cartão será pessoal e intransferível. Isso significa que o
torcedor poderá adquirir ingressos somente para ele.
A cada transação com o novo
produto, o proprietário pagará
R$ 2,50 de taxa de administração. Esse dinheiro será destinado à Caixa. "Esse projeto vai
alavancar as loterias", disse Roberto Derziê, superintendente
de loterias do órgão.
Pelo acordo firmado, porém,
não há repasse de recursos para
isso. A expectativa da Caixa é a
de que haja um aumento no volume de pessoas às casas lotéricas. O raciocínio é o de que
quem adquira o cartão passe a
fazer apostas regulares na Timemania, que até agora não seduziu os torcedores.
"Esse cartão vai modificar radicalmente a forma de fazer futebol no que diz respeito à linha
de atendimento ao torcedor",
afirmou José Henrique Marques, superintendente nacional de gestão da Caixa.
O projeto foi definido em três
fases: a primeira é a distribuição dos cartões. A segunda, a
implementação do sistema a
partir dos campeonatos regionais e, a última, que deve ser
aplicada na metade de 2009, é
criar promoções e premiar os
donos dos cartões.
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