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São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Da CBF ao Vágner Love

MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO

Fez muito bem a CBF ao confirmar para o ano que vem o Campeonato Brasileiro por pontos corridos. Boa também a decisão de aumentar para quatro o número dos que passarão à segunda divisão. Com isso, em 2005 teremos um Brasileiro com 20 clubes. Acho que 18 seria o ideal, mas 20 é razoável e possível.
Não entendo, porém, porque insistir em colocar a Libertadores e a Copa do Brasil no primeiro semestre -que já tem os Estaduais. Com isso, quem joga a Libertadores fica fora da Copa do Brasil, esvaziando esse que é uma espécie de segundo campeonato brasileiro, disputado no sistema de mata-mata. O ideal seria a Libertadores passar a ser disputada com a Sul-Americana -e aí sim quem entrar numa não entra na outra.
 
Com prazer juvenil aceitei no ato o convite da equipe de Oscar Ulysses, da rádio Globo, para um bate-papo sobre coisas do futebol nas preliminares radiofônicas do clássico Santos x Corinthians. Falamos sobre pontos corridos e o êxodo de jogadores para o exterior. Obviamente, ao se analisar o atual Campeonato Brasileiro não se deve confundir a qualidade das equipes com o sistema de disputa. Não é a fórmula do torneio que garante ou deixa de garantir a excelência do futebol praticado. E é esse, hoje, o grande problema do futebol brasileiro: a qualidade cai na medida em que os clubes, despreparados para os novos tempos, tentam sobreviver apenas transferindo jogadores para o exterior. Um bom calendário pode ajudar bastante, mas não mudará nada da noite para o dia.
Oscar mencionou a possibilidade de uma lei fixando uma idade mínima para que jogadores brasileiros pudessem ir para o exterior. Esse tipo de solução pode até ser tentadora, mas não dá. Fere a liberdade individual de ir, vir e trabalhar onde quiser.
O que é preciso é construir um modelo que torne o "fut" brazuca autosustentável, capaz, se não de manter as mega-estrelas, ao menos de segurá-las por mais tempo e de preservar aqui uma quantidade maior de craques. Dá para fazer. Mas não com essa turma.
 
Apesar de tudo, pelo menos ainda temos jogadores como Robinho e Luis Fabiano. Dois daqueles que dá gosto ver jogar. A propósito, uma velha raposa são-paulina lembrou que o fato de o gol de Luis Fabiano contra o Coritiba (golaço de centroavante) ter nascido de um lançamento de Lugano é apenas mais uma demonstração cabal de que o meio-campo do Tricolor é que nem Papai Noel. Não existe.
 
Gostei de Botafogo x Palmeiras. A chuva e o nervosismo atrapalharam no início, mas, depois, a bola foi para o chão e a partida prendeu a atenção. Foi um belo gol o do Vágner Love (esse nome é demais). E o Dill, apesar daquela altura toda, conseguiu empatar de cabeça. Foi justo. Mas eu vejo cada vez mais gente achando que o Marília vai chegar lá.

Fla e Corinthians
Como disse a Soninha, eu também torço pelo bom futebol. Mas esqueço o time que me fez rir e chorar na infância e adolescência, aquele que à simples visão do uniforme me remete a um nostálgico universo afetivo. É o Flamengo, que vi ganhar tudo. Hoje, no entanto, consolo-me com a medíocre e torpe situação de apenas poder gozar meus amigos corintianos, que estão atrás do Mais Querido. Não é mesmo, Juca Kfouri?

Meninos, eu li
Não pude ir ao lançamento, mas recebi um exemplar dedicado de "Meninos, Eu Vi", livro do supracitado colunista, com crônicas da revista "Lance a Mais", dos tempos em que era eu diretor de redação daquele animado diário. Não posso deixar de registrar e recomendar.

E-mail mag@folhasp.com.br


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