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FUTEBOL
Da CBF ao Vágner Love
MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
EDITOR DE OPINIÃO
Fez muito bem a CBF ao
confirmar para o ano que
vem o Campeonato Brasileiro por
pontos corridos. Boa também a
decisão de aumentar para quatro
o número dos que passarão à segunda divisão. Com isso, em 2005
teremos um Brasileiro com 20 clubes. Acho que 18 seria o ideal, mas
20 é razoável e possível.
Não entendo, porém, porque insistir em colocar a Libertadores e
a Copa do Brasil no primeiro semestre -que já tem os Estaduais.
Com isso, quem joga a Libertadores fica fora da Copa do Brasil, esvaziando esse que é uma espécie
de segundo campeonato brasileiro, disputado no sistema de mata-mata. O ideal seria a Libertadores passar a ser disputada com
a Sul-Americana -e aí sim quem
entrar numa não entra na outra.
Com prazer juvenil aceitei no
ato o convite da equipe de Oscar
Ulysses, da rádio Globo, para um
bate-papo sobre coisas do futebol
nas preliminares radiofônicas do
clássico Santos x Corinthians. Falamos sobre pontos corridos e o
êxodo de jogadores para o exterior. Obviamente, ao se analisar o
atual Campeonato Brasileiro não
se deve confundir a qualidade das
equipes com o sistema de disputa.
Não é a fórmula do torneio que
garante ou deixa de garantir a
excelência do futebol praticado. E
é esse, hoje, o grande problema do
futebol brasileiro: a qualidade cai
na medida em que os clubes, despreparados para os novos tempos,
tentam sobreviver apenas transferindo jogadores para o exterior.
Um bom calendário pode ajudar
bastante, mas não mudará nada
da noite para o dia.
Oscar mencionou a possibilidade de uma lei fixando uma idade
mínima para que jogadores brasileiros pudessem ir para o exterior. Esse tipo de solução pode até
ser tentadora, mas não dá. Fere a
liberdade individual de ir, vir e
trabalhar onde quiser.
O que é preciso é construir um
modelo que torne o "fut" brazuca
autosustentável, capaz, se não de
manter as mega-estrelas, ao menos de segurá-las por mais tempo
e de preservar aqui uma quantidade maior de craques. Dá para
fazer. Mas não com essa turma.
Apesar de tudo, pelo menos ainda temos jogadores como Robinho e Luis Fabiano. Dois daqueles que dá gosto ver jogar. A propósito, uma velha raposa são-paulina lembrou que o fato de o
gol de Luis Fabiano contra o Coritiba (golaço de centroavante) ter
nascido de um lançamento de Lugano é apenas mais uma demonstração cabal de que o meio-campo do Tricolor é que nem Papai
Noel. Não existe.
Gostei de Botafogo x Palmeiras.
A chuva e o nervosismo atrapalharam no início, mas, depois, a
bola foi para o chão e a partida
prendeu a atenção. Foi um belo
gol o do Vágner Love (esse nome é
demais). E o Dill, apesar daquela
altura toda, conseguiu empatar
de cabeça. Foi justo. Mas eu vejo
cada vez mais gente achando que
o Marília vai chegar lá.
Fla e Corinthians
Como disse a Soninha, eu também torço pelo bom futebol.
Mas esqueço o time que me fez
rir e chorar na infância e adolescência, aquele que à simples
visão do uniforme me remete a
um nostálgico universo afetivo.
É o Flamengo, que vi ganhar tudo. Hoje, no entanto, consolo-me com a medíocre e torpe situação de apenas poder gozar
meus amigos corintianos, que
estão atrás do Mais Querido.
Não é mesmo, Juca Kfouri?
Meninos, eu li
Não pude ir ao lançamento,
mas recebi um exemplar dedicado de "Meninos, Eu Vi", livro
do supracitado colunista, com
crônicas da revista "Lance a
Mais", dos tempos em que era
eu diretor de redação daquele
animado diário. Não posso deixar de registrar e recomendar.
E-mail mag@folhasp.com.br
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